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segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Bem, acabo de ler sobre a revista ex-gay! Curaram a revista Vênus!

Chegamos a um momento- momento de empresas globais de comunicação captando a atenção de milhões- em que falar, ainda, é melhor do que não dizer: o poder de penetração de um filme de mel Gibson de estragar corações e mentes é fenomenal...

Os argumentos - como o das guerras - ganham pela força simples da repetição...


Vide por Tino Monetti:

"Toda a história começa 13 anos atrás, quando a norte-americana Charlene Cothran, lésbica assumida e militante, resolveu criar a Venus, revista em defesa da comunidade gay afro-americana nos Estados Unidos. (...)


“Mas agora, tenho que sair do closet outra vez. Experimentei recentemente o poder de mudança que vem uma vez que o indivíduo se rende completamente aos ensinamentos de Jesus Cristo. Como crente na palavra do bem, aceito e sempre soube que as relação sexuais entre pessoas do mesmo sexo não são o que Deus pretendia para nós”, completou a editora."


http://mixbrasil.uol.com.br/mp/upload/noticia/4_149_58105.shtml



Quando a concentração de renda acaba em miséria de continentes inteiros (porta de entrada para a violência e terrotismos), e a super-mídia vende cultura cada vez mais menos, pois temos de agradar todos (videnovelas), a reação é religião de fanatismo.

Se a Igreja resolveu no século XIX lutar contra a modernidade (seja a individualidade, a abertura crítica, a transparência, o diferente, etc.) e retomar um modelo de religião medieval da fé pela fé, justificada pela Razão com R, podemos esperar que as pessoas abdiquem de sua vida para querer seguir regras simples e ter "O Simbólico", algo que liga as letrinhas num texto.

Ao invés da fé absorver a liberdade, retormar ao seu modelo ético de amor, mas sem pensar em regrar todos os modos de vida, reforça-se o terror simbólico contra o caos consumista.

Nada mais sintomático do que isso acontecer nos EUA onde, se a distribução de renda possibilitou troca cultural e riqueza de debates, a "esquizofrenia" simbólica explodiu pela força da "individualidade" empresarial em telejornais "publicitários", produção incessante de modelos universais, mídia conservadora e politicamente cada vez mais presa entre o preto do corporativismo anti-povo e o branco do militarismo anti-verde.

Um hedonismo sem ética do pôrno-pop (Britney Spiers era uma menina triste afinal, metabolizada por comércio de bunda) e um conservadorismo que pretende retroceder ao "vamos fazer por você", são ambos péssimas idéias.

ajr

Gente, o que aconteceu com a novela brasileira?
'Páginas da Vida' foi ainda mais inacreditável do que 'América'...
Eu confeso que quis acreditar, mesmo incomodado pelo excesso de "burguesia" da trama, mas vá lá, ver o Rio em Photoshop é bonito e saber das fofocas das pessoas é legal...

Eu gosto e não gosto do estilo Manoel Carlos, a quem muito respeito: o que gosto é a cronicidade (que às vezes descamba para a tragédia da gritaria sem explicação), ele relata o que vê entre amigos, parentes, etc; o que não gosto são os diálogos de supermercado (me dá duas caixas de leite) e lições de moral (temos de ajudar os pobres e não ter preconceito), além, é claro, do "leblonismo" ao qual me referi...

Algumas pessoas comentaram que o autor estava com problema na coluna, parava a todo instante para se alongar... Isso explicaria a criança que só serve para ficar o tempo todo odiando negros...
Pode ser: a verdade é que nesta novela somente as imagens do Rio convenceram... provavelmente tudo já foi dito por Carina Martins, mas há que se falar dos personagens...

A Sandra de Danielle Winits (mostrando que pode... atuar) foi um caso para Aristóteles descobrir: o primeiro personagem que chega em um lugar e começa e dizer coisas como "vocês não merecem minha presença, devia ter nascido na casa do patrão, eu tenho um marido casado e vou roubá-lo". Um personagem a procura de um autor, portanto... Danielle Winits está de parabéns, pois interpretou o própria falta de lógica, 2+2 são 30.

Lília Cabral se tornou um nome na história da dramaturgia televisiva, mas Ana Paula Arósio foi também liberta dos modelos de linda inocente que lhe prendiam. Pude acreditar nela, pela primeira vez. Pena simplesmente seu personagem não existir além de uma modernice que acabava boba.

Natália do Vale, maravilhosa, teve mais sorte, fazendo a dondoca violenta e mesquinha. Foi ela que mostrou o que é interpretar, ao lado de regina duarte, sim, com minúsculas coitada, esta, coitada, presa nos tais diálogos de café da manhã, coitada. E revira o olho, e mexe o pescoço, ai, estou apaixonada...

Caco Ciocler e Vivianne Pasmanter tiveram de levar um enredo para dois dias durante nove meses... Um problema geral do texto...
Aconteceu que os personagens perderam qualquer lógica, eu te amo mas não te quero... Ana Furtado, com sua personagem quero quero quero um cara que me odeia conseguiu algumas vezes igualar o personagem Sandra no quisito sou maluca-luca-luca e azar o teu. Freud, urgente!
O namoro do aviador e da artista plástica ganhou o prêmio "passeando pela praia e falando que linda lua". Inacreditável. Sônia Braga devia fazer aula de fonoaudiologia, leva uma hora para dizer eu te amo, e acaba com qualquer cena...

A cronicidade virou inutilidade, o enredo virou só motivo, os personagens simples figurantes de sentimentos rabiscados, mais de 100... Fica difícil tentar uma pós-escola de Frankfurdt tentando acreditar em cultura dos elétrons.

O contraste com "Vidas Opostas" é chocante: texto que mostra o contato com a realidade, subversão mostrando policiais envolvidos no crime, o lado do povo, etc., mesmo que eu ache a violência fácil uma isca fácil pra um suposto ibope que não veio...

Disse a musa da TV: "a opção narrativa é tão pobre, paupérrima mesmo, que mina as duas pretensões do folhetim – a dramaturgia e o merchandising social."
http://zapeatrix.blig.ig.com.br/

Infelizmente, apesar do respeito que se tem pela equipe técnica, o resultado foi um país das maravilhas do estereótipo com fios (reciclados) que não se encontram...

Bem, voltei a ler Agatha Christie e Sherlock para relaxar...
Nós que recebemos a cultura das corporações ás toneladas, ficamos na esperança de que possamos ganhar na mega sena ou ver um programa de qualidade. Às Lotéricas, gente!

ajr

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Mega-mensalão FHC

O Conversa Afiada de PHA está se destacando como um dos blogs mais bem contextualizados e informados sobre política. franco, claro, dando sempre dois lados... Um alívio ao mar de "dinheirismo" que toma conta até da boa velha mídia...

***
PRIVATIZAÇÃO DE FHC PODE DAR 12 ANOS DE CADEIA


Paulo Henrique Amorim

http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/413001-413500/413345/413345_1.html

"O jornal Folha de S. Paulo, de sábado, pagina B4, “escondeu” uma reportagem de Janaina Leite...
....

Quem lê a reportagem assim, rapidinho, pode achar que isso se tenha passado no Governo Rodrigues Alves. Não, foi no Governo FHC...

A irregularidade foi na concessão de financiamento sem a análise adequada das garantias concedidas. Posteriormente à concessão do empréstimo foram realizadas outras operações, e renegociação e transferência de ações – tudo isso com prejuízo para o patrimônio público, no caso, o BNDES.

A operação original foi com a Light Gás – foi ela quem deu as garantias ao BNDES para privatizar a Eletropaulo. Depois, a americana AES adquiriu a Eletropaulo da Light Gás.
Quem lê a reportagem assim, rapidinho, pode achar que isso se tenha passado no Governo Rodrigues Alves. Não, foi no Governo FHC.

. Os réus são: Luiz Carlos Mendonça de Barros, Jose Pio Borges, Andréa Calabi, Francisco Gros, e Eleazar de Carvalho Filho.

Paulo Henrique Amorim – E o mesmo padrão de irregularidades, ou seja, conceder empréstimos sem as respectivas garantias se reproduziu mais tarde, depois da compra original, pela Light?

Exatamente. Foi mantido o mesmo padrão de irregularidade. Nas renegociações, o BNDES poderia ter exigido novas garantias. E não exigiu: continuou com aquele padrão inicial. Por isso, várias diretorias do BNDES foram denunciadas, porque tiveram novas oportunidades para exigir novas garantias na renegociação das dividas e não fizeram isso.

Paulo Henrique Amorim – Foi possível calcular os prejuízos que o BNDES teve?

Na época que foi feito o relatório o prejuízo chegava a R$ 3 bilhões. Além disso, por um longo período houve inadimplência. E porque esse dinheiro não entrava, o BNDES ficava sem esse dinheiro para financiar outros projetos. "