The New York Times
Maureen Dowd, do The New York Times
WASHINGTON – Quem esse velho pensa que é, ficando entre Dick Cheney e sua indefesa presa?
O azarado advogado de 78 anos do Texas, Harry Whittington, está em tratamento intensivo depois de um ataque cardíaco, com até 200 projéteis perfurando seu rosto e corpo – um parou em seu coração – vindos da espingarda feita sob medida para Dick Cheney. E ainda seu amigo, o vice-presidente, está atirando nele.
(...) Não deveriam esses caras trabalhar nos fins de semana até nós descobrirmos como consertar o Iraque, Nova Orleans, Serviço de Saúde e os preços do combustível?
Esta versão de “O Jogo Mais Perigoso” organizadamente segue o ciclo de quatro passos de Bush-Cheney:
Passo 1: Sair para derrubar o que você acha ser um alvo fácil, como codornas – em 2003, ele foi atrás de faisão estocado e aprisionado – ou de um certo ditador iraquiano enjaulado em sanções.
Passo 2: Na corrupta companhia de amigos lobistas-fornecedores, danifique as coisas. Ignore o perigo perto – como, oh, Osama em Tora Bora, ou Katrina, ou a ocupação do Iraque – e com determinação de aço, conceda sua extrema incompetência. (Oops.)
Passo 3: Parede de pedra. Resista em dar informação ao Congresso sobre o 11/09 ou o Katrina; não diga ao público como você está grampeando telefones em casa, estabelecendo prisões no exterior e fazendo guerra e políticas de energia em segredo. Por que dar aos pagadores de impostos, os quais estão contribuindo para essas viagens de caça de fim de semana, a extraordinária notícia de que o Vice atirou em seu companheiro de caça no rosto e no peito?
Scott McClellan sabia antes do resumo de terça-feira da Casa Branca, ao meio dia, que Whittington estava pior, mas não disse aos repórteres. Ele deixou isso aos médicos do Corpus Christi, que falaram do ataque cardíaco como “uma resposta inflamatória a um estranho projétil metálico”.
Passo 4: Não admita erros. Expresse simpatia. Culpe a vítima sem deixar impressões digitais ao terceirizar a mancha para o setor privado.
Trent Lott brincou em um encontro, terça-feira, que Cheney era agora o “atirador em exercício”, enquanto outras sacudidas notaram que Quayle foi sempre um problema para Bushes.
Membros do gabinete presidencial e legisladores especularam, terça-feira, sobre se o Atirador renunciaria e deixaria lugar para Condi se Whittington não sobrevivesse. Sua morte engatilharia uma mais completa investigação de polícia e provavelmente um grande júri.
“Você está louco?” disse um senador Republicano a um repórter. “Ele nunca sairia”. (Aaron Burr presidiu o Senado depois de matar Alexander Hamilton em um duelo).
O atirador em exercício não pode desistir porque ele É a administração. Quem ao menos diria a ele para desistir? Se necessário, ele provavelmente faria W. levar o tombo.
Apesar de esforços de McClellan para fazer piadas e encorajar repórteres para voltarem às “urgentes prioridades do povo americano”, a caçada fracassada mostrou mais uma vez Cheney comandando o show imperial.
Ele não conversou com o xerife por 14 horas, ou mesmo ligou para o presidente para notificá-lo depois do acidente das 5 da manhã. O Vice deixou isso para Andy Card, que chamou Bush às 7:30 da manhã para dizer que houve um acidente de caça, sem mencionar que o Vice era o artilheiro. Pouco depois disso, Karl Rove retornou a Bush e contou esse pequeno detalhe.
Um repórter, surpreso, pressionou McClellan: “O vice-presidente não ligou para o presidente para dizer a ele foi o atirador?”.
Freqüentemente, quando há algo para cobrir na Casa Branca, o presidente está nele.
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