11:58 da manhã de 1 de setembro de 1923.
Estava em Kyoto para acompanhar o festival. Pedi a um colega para entrevistar um sobrevivente do Grande Sismo.
Ouvira sobre o redemoinho de fogo que matara 38 mil pessoas em 15 minutos.
As casas ruíram e os prédios do governo pegaram fogo. O tsunami teve ondas de 13 metros. A estátua de Buda de 90 toneladas, a 60 km de distância, se moveu 63 centímetros.
Mas também queria saber sobre o que houve depois. Meu amigo traduzia.
- Eles culparam os coreanos. Milícias civis japonesas. Foi um massacre.
Noe Itō, uma feminista nascida em 1895, foi estrangulada em sua cela, depois que anarquistas foram presos. Masahiko Amakasu, oficial do exército imperial, comandou as operações. Outros dizem que Itō e seu amante SaKae Osugi foram espancados até a morte e seus corpos jogados em um poço. Seu sobrinho de seis anos também foi assassinado. Amakasu foi preso e liberado após apenas três anos na ascensão de Hirohito. Noe Itō havia se separado do marido porque ele não apoiara seu desejo de estudar. Ela publicou uma revista feminista e traduziu "The Tragedy of Woman's Emancipation" da filósofa anarquista Emma Goldman.
- Medo. Dos socialistas tomarem o poder.
No fim, houve mais de dois milhões de refugiados.
Eu pretendia fazer uma biografia dos envolvidos.
Afonso Lima
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