sonho
em
busca de um castelo dourado
encontro dois orfeus
que
querem
um
relatório
, sabe como é. mallarmé
quero aprender como faz
paz quero descansar
justiça quero resistir. o discurso apagou tudo
humilhações eletrônicas. uma moedinha para eles
é meu passo
meu amor
minha alegria. uma moedinha
lutar
contra
não
a bomba (só)
mas o cálculo, a lei, a teoria
o o l h a r
a mente estreita, a sempre tola satisfação
lutar com unhas e números
cidade à margem da sociedade um silêncio
o século não foi eleito
esconderam o sangue em
favelas
em ódio
frio escura noite
os massacres não ajudaram
é confuso o caminho.
justiça
quero entender tanta gente esquecida pobreza tanta ferida aberta o escuro
que tudo paralisa
quero querer, rambô, povo em paz cobertor novo
arroz e flor na janela. compromisso com a verdade
mil mulheres e homens deitados de branco na grama
um índio estudando e fraternidade entre negros-brancos e brancos-negros
não repressão policial e regime colonial que restam
paz
para o menino armado aquele preso político a cabeça branca
aquele sem terra aquela mulher triste na calçada
coragem e fé penetrando
no mar de histórias, puro olhar e alguma
sabedoria
uma paz no chão do dia
as palavras e as coisas sem violência
no labirinto da lacuna
paz na rua e no nascer do dia
justiça
Afonso Lima
Afonso Lima
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