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segunda-feira, outubro 07, 2024

As doze chamas

Eles removem os blocos de pedra. A lua está quebrada. Tentaram arrancar as raízes.

Doze chamas ao redor das doze ruínas, mil almas em cada uma.

- Quando enterrarão nossos ossos?, chora um homem.

Quando o mar dos mortos levanta, os deuses invisíveis silenciam.

Eles contam sobre as explosões. A menina sem dedos canta baixinho.

Sobreviventes atacam, a memória fabrica silêncio. 

Grotesco colonial. 

As ondas sustentam remessas de armas, o combustível no ar.

- Eles precisam de um reino forte na zona, um fantasma jovem diz.

A velha senhora conta dos milhares de mortos do começo.

- Nós sempre fomos sombras, eles nos chamam de baratas. A assembleia do norte decidiu, fomos expulsos, os vilarejos destruídos. Aqui viviam todos os povos. As escolas ensinam a odiar. 

As doze chamas e as doze mil almas observam a estrela grande.

Sob os blocos de pedra, alguns não querem sair, algumas choram em silêncio.

Os deuses invisíveis silenciam.

Abandono do mundo.

AJR
 




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