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terça-feira, maio 16, 2006

Os ataques do PCC

por Claudio Julio Tognolli

Em dezembro de 2002 o Ministério Público de São Paulo elaborou a primeira grande peça contra o PCC apontada contra os mesmos líderes que agora comandam a barbárie em São Paulo. A denúncia foi apresentada pelos promotores Marcio Sergio Christino e Roberto Porto, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado.

Segundo os promotores, "a organização se caracteriza pela existência de um núcleo central que tem um poder discricionário sobre suas atividades, os componentes de tal núcleo foram originalmente os chamados 'Fundadores' e posteriormente, com a morte da maioria passou a incorporar outros líderes".

Também afirmaram que "o telefone celular ainda é o recurso primordial utilizado pela organização para firmar sua estrutura e permitir a coordenação, direção e realização de atividades dentro e fora do sistema prisional".

"Trata-se ao mesmo tempo de sua maior força e sua maior fraqueza, eis que permite a comunicação mas, também, que tal comunicação possa ser interceptada e assim controlada, gerando o fluxo de informações que desvenda o sistema criminoso", de acordo com os promotores.

Eles afirmam que os líderes do PCC não pretendem mais usar o celular para comunicarem-se e sim "utilizar mensagens de texto via celular, os chamados 'torpedos'". Para Christino e Porto, os líderes podem passar a usar somente a intermediação de advogados para se comunicarem.
Na época, os promotores escreveram que “a estrutura do Primeiro Comando da Capital foi fortemente abalada, não podemos porém concluir pela sua extinção total; será necessária a continuidade dos esforços para a repressão das facções operantes no sistema prisional; as facções terão a tendência de apresentar um perfil diferente de estrutura hierárquica, porém terão também a tendência de utilizar a mesma metodologia de atuação.

Naquela peça, a importância de Marcola, líder da organizaçao, já era bem delineada. Prova-se nos autos que o denunciado Marcos Willians Herbas Camacho, vulgo "Marcola", comanda as várias atividades criminosas do grupo, orientando e determinando as atividades a serem exercidas. "Marcola", muito embora não falasse nos telefones interceptados, foi apontado por integrantes como líder da organização criminosa.

A ex-esposa de Marcos Willians Herbas Camacho, vulgo "Marcola", a advogada Ana Olivatto, foi vítima de homicídio em data recente e sua morte está ligada diretamente à disputa de poder dentro da organização, embora o inquérito apuratório ainda esteja em tramitação.

Em uma demonstração da ascendência criminosa de Marcos Willians Herbas Camacho, vulgo "Marcola", após a morte da advogada (sua ex-mulher ) determinou o denunciado que todos os detentos da unidade prisional onde se encontrava recluso permanecessem de luto, no que foi obedecido.

http://conjur.estadao.com.br/static/text/44361,1

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