Los chora sobre os escombros do que já
foi uma esperança
Anteu está em pé e não leu a Bíblia
do Inferno
Mas decorou as fibras cinzentas que
escondem a música
Los pensou em tambores e fogo e fitas
coloridas
E o que se move – em meio ao dia
quente - são repetições e dualidade
(Ah, Raízes, Correnteza, Justiça e
Arte –
criando filhos da neblina e da disciplina fluente
vós que já dominaram as Noites, as Cidades, Penhascos)
Uzi, com um compasso e régua, e o
coração gelado
sorri vendo que nem a dor genuína (de
um sangue livre)
nem o estrangeiro assimilado sobraram
sobre Ítaca
(terra reescrita em ouro falso
e tesouros e fungos na caverna comungam
os líderes do amanhã são iguais aos tiranos de outrora)
e tesouros e fungos na caverna comungam
os líderes do amanhã são iguais aos tiranos de outrora)
Tudo muda, e corre, e sobe e renova-se
(A Revolução é também a Guerra
Nuclear
América podre, onde foi parar teu
leite?)
E voltam as velhas Górgonas –
estéreis, doentias, furiosas
desenhando teias de aranha pelo céu
novo e limpo
Somente Los e sua poesia Anteu
reconstruiriam
Porque os criminosos têm interesses
intelectuais
Também eles são vigorosos e navegam
céleres e tem um sono mortífero.
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