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domingo, novembro 18, 2012


Escrita X: em busca do ódio

1 - B.I.T.

"Toda pálida a lua, e uso indefinido quando tudo em crise anda". Fumava trip na calçada e ia na estrada e já nem queria - exilado no tempo da atrofia.
1. de como niti era chato e passado
2. de como não queria um hermetismo revelador (da linguagem)
3. de como não sonhava em transformar nada
4. de como odiava a comida em lata da arte
5. qualquer ódio às respostas frias de raideguer e universidum e nutaum
"A falta de trens não o deteria". "Eu não posso dizer que é verdade, e Ele, que não parece".

2 - Pela Arte

Acho que foi quando eu fui morar nos Estados Unidos com meu amor
Ou quando eu quebrei o vaso da minha avó e descobri o ódio
Ou quando, depois de formado, fui representar o governo inglês
numa aldeia indígena da Amazônia que, sim, desviava recursos
E, perdido amor de olho, fiquei confuso e triste
E fugi de crianças vendendo colares no Butão
E me apaixonei por um marinheiro árabe
Nos meus ossos existe um pouco da fome de avós em Dublin
E da sopa que se ganhava depois do bombardeio
Pedaços de mim, de outros, coisas feitas à mão
Linhas universais, pela terra, pelos vasos comuns, mortais
Não é fácil ser uma mulher de nariz grosso numa
sociedade que ama nariz fino
(porque a Virgem tinha, dizem, e era dócil e amava as crianças
e ainda somos movidos à coisas que não somos)
E como sou a última a saber o dialeto perdido
Não é fácil saber algo quando os sábios sabem tudo
E ser rebelde e crítico querendo (um pouco) fama e aplausos
E de tanto cairelevantar e de tanto eagorajozé
E arrastar-se no chão e temer perder o melhor
E no tabuleiro do Banco Imobiliário da Guerra Naval
E de tanto casca de ferida e elogios dos Mestres medalhados
E deixar o que não é meu e aceitar que só se anda errando
E viver sem compromissos e saber dar à César
E ser sem medo e não repetir e saber parar
Essa é a arte.

3 - Urbe - Ela preparou o chá acendeu o incenso e tocou o sino e entrou o homem totalmente armado e perigoso e os amigos gritaram e foi brutal e sexual e quase impensável e bem como se queria num realismo neourbano pósmetafísico do físico. (Mas, ainda assim rubem: era carnaval, era noturno, era artificial: o ok povo das bananas porra pode virar o Ocidente). Já podemos agora pensar: precisamos de livros proféticos e a contagem para explosão. Porque as perguntas estéticas são pó no vórtice canibal de explosões proveta incestuosa vermes discursando e terror político. E os outros mundos? Colecionador de canções e técnicas. E de como tudo é um pouco vaidade e leviano mas acredite na mobilidade. Seria tão fácil separar política de desejo poético? E as cegueiras da terra assumidas podem ser sempre fertilizadas? E para que a escrita se os bosques são servidos em FMICIASFBI? O Estado Original dos Homens pode ser a Arte? Que tenhas questões e possas ir em frente. Como criar esperança hype e fluente? Vão nobres viver - vício do mesmo e rigor - se afunda o chão? Se haverá deus, como haver nós? Seremos o jesuíta que comeu o índio do novo ou Sardinha (inflexível), que foi comido? E não será tanta a angústia e nem essas as PERGUNTAS FUNDAMENTAIS mas é preciso fazer.

4 - SciFi -

a) O homem caiu na Terra.
b) Eles se encontram no Lago
c) Ela o leva para casa
d) Na lareira, se amam
e) Eles conversam:
- Ousemos. Nós, herdeiros dos outros, de esculturas brancas e autores irlandeses. De como perguntar. A pobreza dos antepassados e a vontade de contar e como brincamos com pequenos ossos e lagartas caídos na terra antiga. Tédio da revolução e rompimentos. E de como eu uso a língua para (re)quebrar Platão e J. Uma especificidade criadora que é ver tudo e ser tudo. (E eu quero saber onde entram Anjos de Fogo e Deuses de Túmulos na Era Gris). Não acredito que no Mundo Mau só se crie decrepitude. Não creio que existam regras de comunicação. Nem que o delírio a destruição rizomática seja solução. As soluções racionais podem nos matar e tanto o obscuro. Nem o passado nos serve nem pode ser esquecido. Tenho medo de acúmulos.
- Sejamos o Personagem que se descentra em busca do Autor inventivo e salteado e fazedor de ocultações - ela disse. Estava grávida.

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Escrita X: em busca do ódio de Afonso Lima é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Perssões além do escopo dessa licença podem estar disponível em http://afonsojunior.blogspot.com.br/.

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