A inteligência da pedra
a matemática da sombra
e da folha de chuva
sofrer com o sofrido
amanhecer de leve
negro como terra
eu casca e inseto
pisar o mundo no ato
em rede saber como peixe
pensar como pensa o mato
calcular no estômago
nunca silenciar
viajar para outras mentes
e utopias coletivas
e água nas sementes
nada já acabado
mente-fogo mente-mar
colher frutos espalhados
para que seja progresso
esperança de alvorada
pensar do eu desunido, revirado
racional úmido
saber que é ato e lugar
coragem de imaginar
saber na raiz na plana água
para tudo continuar canto
no espelho do olho
riqueza é circular
distribuição sagrada
comum sede e comum som
antes da divisão
para que seja alegre a soma
o volume de vida aumentado
não há lei nem passado
onde tudo recomeça
para que seja mais e mais espaço
de festa
pedra negra é fundo
pedra pedra pedra coração
do mundo
Afonso LIma
Afonso LIma
Nenhum comentário:
Postar um comentário