Que encanto farei para te refigurar?
Para que encarnes um corpo, para terdes de novo lugar?
Que canto cantarei, se não sei de rocha e deserto
e só quero um modo de fluir de um humor sagrado tudo é mais de perto
nem uma montanha nevada, nem uma viagem sobre os tetos, um homem
pede comida a língua universal e o nó da garganta fala mais que mil versos das ruínas
na sujeira boca sem dentes em pleno domingo comendo na calçada do palácio
somente o grito que sabe o ferro e a noite o tempo que dança a guerra e por isso persiste
Afonso Lima
Nenhum comentário:
Postar um comentário