Era um menino de três anos.
"Era um menino com três anos."
Tinha as bochechas rosadas, sorria tão alegre.
"A mulher ficava ao chão, insone, gemia, queria comer terra."
Quase três anos e o escritor o punha sentado em sua cadeira e lhe fazia cócegas.
"O marido dera para beber, ela andava em desalinho, abandonou o lar pelos mosteiros".
No seu pequeno túmulo o escritor se desesperou, ele também deixou a mulher muita noite para jogar e beber.
"Ela chega a um mosteiro, onde há um santo. Senta-se numa pedra."
Por certo era alegre e lhe fizeram o retrato. Por certo tinha um cavalinho de madeira.
"Por certo tinha uma camisa azul e botas novas."
Eu imagino o escritor que não pode esquecer, seu olhar perdido, que olha a cadeira vazia.
Afonso Lima
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