A tribo vagava percorrendo vastos territórios, fazia guerra em caso de fome, seus poetas falavam sobre as glórias da batalha e sobre o veludo, o ouro e os perfumes que viajantes encontraram em terras distantes. Mas faltava algo. O chefe pediu ao seu homem de confiança que descobrisse porque os homens caiam em melancolia, suspirando sob a luz da lua, chorando escondido, vagando pela noite do deserto, às vezes sem retornar...
Um dia ele reuniu os líderes da tribo e disse:
- Por que existe o céu e a terra? Como deve o homem guiar sua vida? Como se movimenta a alma em suas lutas eternas? Como não sabemos quem somos não sabemos onde queremos ir. Somos guerreiros, mas para quê? O que aprendemos do nosso dia? A ordem e a beleza perderam-se, veneramos o Deus do Trovão e suamos em busca de comida. Vencemos os fracos e acumulamos ouro, mas estamos tristes. Precisamos de poetas.
Assim, decidiram separar parte dos recursos para cultuar o desconhecido. E oraram aos deuses que trouxessem uma revelação.
Afonso Lima
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