J - Seu pai está um pouco profundamente abalado
nervoso cansado
A -
Lembro do dia que
conheci sua mãe. Estávamos numa reunião do Partido Comunista e alguém entrou
pela porta gritando: “Stalin era um nazista!” De repente, Kruschev, esse
camponês bêbado, tinha destruído os sonhos de fazermos revoluções por todo
mundo, salvando o mundo do fascismo e salvando a Mãe Rússia do bloqueio
capitalista. Sua mãe era a mensageira e ela decidiu ir para a China entender o
que estava acontecendo. Aqui, Prestes queria uma mudança pacífica, dizia que
não tínhamos armas e um exército. Os cubanos ficaram putos. O Comandante
chegou. Eu devia tentar embebedar e acalmar Fidel, mas a coisa não melhorou. A
classe alta brasileira não era contra o imperialismo. Eram aliados, e
desprezavam a massa ignorante. Sua mãe voltou com uma mensagem do Pentágono
obtida pela espionagem chinesa que dizia que o Brasil devia ser ocupado por
tropas norte-americanas, que instalariam uma rígida ditadura de direita” por
estar “comunizado e com a maioria da população disposta à pegar em armas”. Pura
ficção, mas sua mãe decidiu defender a via das urnas, entrando em choque com
líderes de diversas frentes.
J - Cale
a boca.
(...)
Afonso Lima
Afonso Lima
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