do que precisa o músculo do meu coração
minhas veias, o movimento involuntário e
as coisas que vivem em nós
o conforto quer meu pescoço
as pedras tortas sob o tênis
o céu sem cor e nuvento
os montes de armações cinzentas
estão impedidos de epifania pela lei da produção
querem dar a pergunta e a resposta
aquilo que busca aquilo que toca
aquilo que além aquilo que incompleta
querem que eu participe da mentira
o valor de uma coisa está em existir
em ser uma linguagem e um tempo
buscar uma verdade que não é minha
não faria bem ao mundo
o medo como arma de guerra
o dogma como incitamento ao ódio
resistimos à ocupação
estendendo o olhar
em reuniões com pássaros e pedras
na jornada não-heroica e não-ascética
tirando todas as cascas em eros com logos
o mito do isolamento aceleração relaxamento
de uma vida in_feliz e seca
o mundo eu estudo e o ouço em sua especificidade
a luz quando a face desnomeada e as coisas livres
transcendência é imanência
enganando o diabo a quem vendeu a alma
alegria do rio imóvel noite e compaixão da dança
Afonso Lima
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