Esse infindo sertão
de misérias de terra e luta
a plumagem e o romano
a máquina e o pássaro
Aqui a mulher com filho
No rio mergulha a criança
Luta de terra e gente
fronteira de quase vida
caminho seco e chicote
de golpe em golpe rendido
Aqui a mulher chorosa
deixa sua esperança
africano, judeu, japonês
com sotaque de alemão
santo de outro progresso
e acabou em revolução
No fundo do rio mortal
dorme o anjo sem mais sofrer
tragédia grega sem garbo
sonho de mar ausente
um rio que avança e inverte
fronteira moendo a gente
Afonso Lima
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