Ela pensava sempre que havia esquecido alguma coisa. Tamia era alta, olhos negros, sempre de roupa preta e com uma energia móvel como o fogo. Sua inteligência fazia com que desconfiasse de todo o sistema de propaganda. Ela criara uma máscara digital, que podia confundir a Máquina, a rede que localizava cada indivíduo pela sua numeração.
Ela encontrou um homem que havia sido um rebelde. No apartamento desbotado e coberto de livros, morava em prisão domiciliar desde que fora condenado.
- Sim houve campos e judeus mortos. Sim, há culpa. Mas a propaganda condenou meu nome, de modo que tudo que eu falo é mal visto. Eu chamo essa nova configuração de "república das startups".
- Eu desconfiei porque nos últimos dias a presidenta tem falado muito sobre o país ter sido sempre contra o fundamentalismo, desde a guerra. Eu vim porque acho que devemos atacar a filha do Marechal. Até mesmo alguns judeus ricos a estão apoiando porque criminaliza os árabes. Ela vai nos levar de volta à barbárie.
- A polícia que está aí colaborou com os nazis. Eles ficaram, quando o regime ruiu. A verdade é que eles devem ter usado o pulso para lavar as memórias.
- Quero provas sobre a ligação do Marechal. Quero gravar conversas privadas da LadyFas. Odeio os autoproclamados "patriotas e republicanos antifundamentalistas".
- Vamos trabalhar juntos.
Afonso Junior Ferreira de Lima
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