são paulo perigo e progresso
tanto cresce tanto aço luxo
massa imunda seca vida
você tem fome
ergue esse cartaz
mecanismo silencioso
você mostra o mal
Como dizer isso eu me observo como animal no gelo, na parede da cidade a rachadura, o canto dos soldados, eu tenho que dizer desse grupo mínimo, solto entre engrenagens firmes, no meio da fumaça que nos cega.
solidão da cidade confinada
no templo um canto um gemido vida
aceito o novo acolho estranho
aventuras de medo e sonho
esse menino pensou que iria ler um livro
e a ele olhariam com sorriso amigo
seu pai não sabe o que fazer agora
Agora eu paro em frente a uma confeitaria. Um rapaz tem a camisa rasgada e a calça mais ainda. Eu não posso comprar nada. Eu caminho pelo parque pensando que algo mudou. Um homem parece mudar seu curso. Perdidos, fora da conta. Os olhares são mais sinistros. Eu encurto o exercício.
você teme foi derrotado
perdeu as peles
arte língua a esperança
feroz você animal
leopardos lantejoula e brilho
produz se cria fome o desespero
serpentes da terra buscando respiro
ataque o amanhã é soco
famílias sob fogo policial
Como dizer quando do jovem pobre atrás do balcão foi tirado a capacidade de saber quem é. A lei com seu ódio cada dia muda sua estratégia. A aura de glória usada para fins cruéis. Mas ninguém quer sujas as mãos com um acusado.
ser empresário gana de família pobre
senso comum ser autodestrutivo
no escritório negócios com a vida
recolhe o lixo faz telhado
você não sabe mais
ergue esse cartaz
você tem fome
O escritório de poesias olho o relógio tantos maços de senso comum por hora, tanta bruta injustiça por dia, o horror das instituições, porque linguagem faz tudo que é concreto.
o pano sujo a roupa rasgada
serpentes da terra buscando respiro
ataque o amanhã é soco
famílias sob fogo policial
Como dizer quando do jovem pobre atrás do balcão foi tirado a capacidade de saber quem é. A lei com seu ódio cada dia muda sua estratégia. A aura de glória usada para fins cruéis. Mas ninguém quer sujas as mãos com um acusado.
ser empresário gana de família pobre
senso comum ser autodestrutivo
no escritório negócios com a vida
recolhe o lixo faz telhado
você não sabe mais
ergue esse cartaz
você tem fome
O escritório de poesias olho o relógio tantos maços de senso comum por hora, tanta bruta injustiça por dia, o horror das instituições, porque linguagem faz tudo que é concreto.
o pano sujo a roupa rasgada
observe a mulher sem sapatos e louca
pensa na rua a jovem que imaginou
bonito filho e paga em dia casa
caça de corpos divas divergentes
A lua acolhe o beijo e o sangue, algum poema disse. Minha função é pensar com o coração. E eu mesmo fico preso nas imagens dos espelhos, eu já não acho o tiro certo que retrata o coração esmagado da tragédia.
luto e ódio porque já não é gente
processo preconceito varre tudo
pensa na rua a jovem que imaginou
bonito filho e paga em dia casa
A lua acolhe o beijo e o sangue, algum poema disse. Minha função é pensar com o coração. E eu mesmo fico preso nas imagens dos espelhos, eu já não acho o tiro certo que retrata o coração esmagado da tragédia.
luto e ódio porque já não é gente
processo preconceito varre tudo
observe a criança suja a mãe triste
você é meu irmão
você quer mais
você é mais que bicho
ruínas de verso o vento calculado
você é meu irmão
você quer mais
você é mais que bicho
ruínas de verso o vento calculado
a alma da cidade que cai desse edifício
Eu ouço a palestra. Eu anoto. Eu ouço o mestre. Eu reflito. Eu anseio em giro interno eu volto. Alguma coisa muito errada segue seu curso. Alguma coisa que esqueceu da sensata incerteza.
pelas ruas surgirão pedintes
entrega rápida encomenda triste
alguma coisa se perdeu no mecanismo
o tradicional ritmo já não serve
evolução sem parada do verso
Eu ouço a palestra. Eu anoto. Eu ouço o mestre. Eu reflito. Eu anseio em giro interno eu volto. Alguma coisa muito errada segue seu curso. Alguma coisa que esqueceu da sensata incerteza.
pelas ruas surgirão pedintes
entrega rápida encomenda triste
alguma coisa se perdeu no mecanismo
o tradicional ritmo já não serve
evolução sem parada do verso
observe o jovem sem esperança
Agora a máscara de uma alma exilada, agora a máscara de uma resignada aflição, panorama de horizonte em guerra.
primavera-morte em ebulição
as mãos multidão criada e crescida
método milhares de bocas famintas
Agora a máscara de uma alma exilada, agora a máscara de uma resignada aflição, panorama de horizonte em guerra.
primavera-morte em ebulição
as mãos multidão criada e crescida
método milhares de bocas famintas
o pomar dos venenos hoje alimentado
a escuridão ouve mais um grito
A noite avança. Eu me calo. Por que não o silêncio? Acerto os livros. Limpo a estante. Cuido da planta. A eterna angústia de dizer que a história nunca acaba.
silêncios a dor e você
ergue esse cartaz
você mostra nossa alma podre
todos merecem a paz e o progresso
todos merecem dormir em não pedra
tiraram a pele de gente do sem teto
ninguém nasceu para o inferno
a névoa cruel que encobre o pensamento
avenida são paulo o crime arma fria
não tenho metáforas para tua pele cinzenta
nem rima que possa nesse calafrio
onde os amigos a jaula de ouro
É isso que eu sou. Eu ouço as vozes, eu tento a mancha, a veloz sombra se cala. Eu tento telepatia, as lacunas que te fazem ver. A água corre e eu preciso sonhar. Eu sou o ouvido universal.
A noite avança. Eu me calo. Por que não o silêncio? Acerto os livros. Limpo a estante. Cuido da planta. A eterna angústia de dizer que a história nunca acaba.
silêncios a dor e você
ergue esse cartaz
você mostra nossa alma podre
todos merecem a paz e o progresso
todos merecem dormir em não pedra
tiraram a pele de gente do sem teto
ninguém nasceu para o inferno
a névoa cruel que encobre o pensamento
avenida são paulo o crime arma fria
não tenho metáforas para tua pele cinzenta
nem rima que possa nesse calafrio
onde os amigos a jaula de ouro
É isso que eu sou. Eu ouço as vozes, eu tento a mancha, a veloz sombra se cala. Eu tento telepatia, as lacunas que te fazem ver. A água corre e eu preciso sonhar. Eu sou o ouvido universal.
a obra segue rompe o ser mutante
o pássaro canta mesmo na gaiola
retalhos de cor e borda um novo dia
minha escrita salta e já não segue a forma
meu coração lembra canção
e fantasia contada ao pé do ouvido
a tribo existe e o sentimento que era
grita a cidade por esses esquecidos
o pássaro canta mesmo na gaiola
retalhos de cor e borda um novo dia
minha escrita salta e já não segue a forma
meu coração lembra canção
e fantasia contada ao pé do ouvido
a tribo existe e o sentimento que era
grita a cidade por esses esquecidos
olhar sedento máfia linha reta
a força bruta lei justiça e letra
quero ter um riso e um suspiro ainda
um dia a mais de luta desconhecido
em nome da paz sempre silenciada
Afonso Jr Ferreira de Lima
Afonso Jr Ferreira de Lima
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