eu sou a caça
bombas incendiárias no bulevar
exposição do luxo e
gatos e cães dos mortos a vagar
come-se o pão branca massa
das catacumbas os ossos
caminhar aflito pela multidão espancado
um muro para os nossos
novos mundos ao mundo
do ouro, o marfim e pessoas
tecidos, porcelana e metais a rota
costas marcadas violência herdada
quando de Constantinopla
nesse limbo vem o rolo
de Gilgamesh, pelo Egito
aos garrafões frios vinho novo
o mundo aguarda em sua tumba
cânticos órficos Ursa Maior
misturam amoníaco na noite amantes
ervas da imortalidade gritos
e purificação
ouro perfeito grãos de poema caem
sobre o crânio vigilante, hora fria
semente de vida os filhos do sol
vão libertar das palavras antigas
sonho de menino os mares azuis
a verde luz as ruínas de Cartago
o sol e a lua no poema infinito
vai o barco nas ondas brincar
magia
Afonso Jr. Lima
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