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quarta-feira, fevereiro 27, 2019

A ilha

Jovens adolescentes decidem acampar na ilha.
Encontram artefatos escondidos. Conversam com xamãs.
Retornam a cidade muito diferentes e começam a assassinar seus familiares.

*
Os cantos xamânicos eram chamados de demoníacos no discurso de bom dia do chefe do campo.
O objetivo era desvincular o corpo de qualquer memória.
Todos eles num único prédio. Tinha piscinas artificiais, longos corredores cor de gelo, janelas altas para entrar o sol.
Finalmente podiam participar do progresso, dizia o presidente.
Comiam pouco. Trabalhavam muito. Os doentes eram levados à enfermaria e muitos nunca retornavam.
Mas eram as torturas os piores momentos.
Eles viam no cinema uma exibição de seus colares, cerâmias e textos sagrados sendo queimados, e sobre o heroísmo do progresso.
Cinzas em caixas de metal numeradas.
Alguns guardas começaram a ter pesadelos.
Um deles matou todos os camaradas do seu quarto com uma machadinha.
O campo foi fechado.

Afonso Lima

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