Páginas

Ajude a manter esse blog

quarta-feira, janeiro 29, 2020

veneno

Aquele corredor tão longo
para salvar a gente amada
não é o corredor da infância
de ruído que não é lama
aquela corrida na mata
não é o poema da trepadeira
e do vento, a água da barca
com a estrela e a namorada
é pesca no veneno
morte no ar pesado, planta seca
meu poema é roça enterrada
é foto da mata em estado de negociata
é lama de lei comprada
é homem sem trabalho
cavar colonial, história bem cortada
meu palavrear podia ser de lembranças de rio e folha
mas é de ossos sem eco, terror multinacional
de enfrentar lama e lucro
solidão da vida perdida, insônia da morte agendada
lágrima não cai nesse mundo
palavra pobre é mais

Afonso Jr. Lima

Nenhum comentário: