Aquele corredor tão longo
para salvar a gente amada
não é o corredor da infância
de ruído que não é lama
aquela corrida na mata
não é o poema da trepadeira
e do vento, a água da barca
com a estrela e a namorada
é pesca no veneno
morte no ar pesado, planta seca
meu poema é roça enterrada
é foto da mata em estado de negociata
é lama de lei comprada
é homem sem trabalho
cavar colonial, história bem cortada
meu palavrear podia ser de lembranças de rio e folha
mas é de ossos sem eco, terror multinacional
de enfrentar lama e lucro
solidão da vida perdida, insônia da morte agendada
lágrima não cai nesse mundo
palavra pobre é mais
Afonso Jr. Lima
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