Somente as sereias poderiam mudar essa música para algo da noite.
Via o Doutor com seu uniforme branco, os chimpanzés e os instrumentos de cronometragem mental.
Por sorte, ouvia o mar em algum lugar e a claridade no rosto do espelho.
Luz. Via o sujeito descendo para tomar chá, rosto cortado no espelho, imaginava uma revolta contra as Penal Laws que oprimiam a maioia católica.
Meu avô odiava os irlandeses - se não fora por eles, pensava, viveria melhor. Minha avó, irlandesa dizia que ele agia como instrumento dos aristocratas. Já esse vizinho irlandês lhe chamava de traidor da classe trabalhadora e escravo branco.
Sente o vento, a luz forte, a baía de Dublin e a baleia com seu silêncio de canto.
Agora a mulher de cabelos negros caminhava sobre as pedras.
Sombras flutuam na paz da manhã, descendo, ele a observa da escada de pedra ao mar, o sujeito pensando que alí estariam dez páginas sobre um povo.
Ela olha para a água comos se buscasse alguma coisa. Esses ossos, são outros ossos, um navio parte para o zoológico humano de Paris.
Mas antes. O sangue dos companheiros. A Constituição vem com o massacre. A mulher de cabelos negros era bela.
Caminhando milhares de anos pela terra. Ela observa as sementes.
Ela atravessa o rio para aprender outros costumes. No domínio do sonho. O rosto no espelho. Passos, descendo para o mar.
A baía de Dublin.
Afonso Jr. Lima
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