sexta-feira, outubro 30, 2020
quarta-feira, outubro 28, 2020
O veneno
O governo tinha um programa especial de migração voluntária, no começo.
Seu pai era policial. Sua função era não deixar que as pessoas negras chegassem nas áreas brancas.
Alguns animais apareciam caminhando à esmo, pássaros morriam batendo contra os vidros dos altos edifícios.
Não aconteceu no útero, seus neurônios não foram envenenados por sua mãe. Mas enzimas foram afetadas.
Ela tinha seis anos quando comeu aquilo enquanto sua célula se dividia.
Desde então, a menina começou perder a visão.
Por fim, seus ossos se quebraram enquanto subia numa árvore, ela morreu em seguida.
"Algumas pessoas estão com medo da própria sombra, estão pensando em queimar livros" - disse
um artista.
Sua mãe ouvira falar em espíritos que tomam cadáveres e os fazem caminhar.
Buscou auxílio nas forças infernais.
A mulher atendia vários colegas do seu marido, políticos e homens de negócios, mas nunca haviam ido tão longe.
Um espírito pediu que o pai trouxesse carne fresca para alimentar os seres sedentos.
Ela retornou.
A menina passou a viver no cemitério, onde a mãe ia todas as noites contar-lhe histórias.
O espírito falou por sua boca e pediu que seu pai se tornasse político.
- Vamos nos livrar das raças inferiores e cobrir de ouro nossos herdeiros.
Precisavam de espaço. Animais.
Eliminariam grande quantidade de pessoas.
*
Afonso Juior Fereia de Lima
sábado, outubro 24, 2020
sexta-feira, outubro 23, 2020
sábado, outubro 17, 2020
sexta-feira, outubro 16, 2020
sábado, outubro 10, 2020
sexta-feira, outubro 09, 2020
domingo, outubro 04, 2020
sábado, outubro 03, 2020
pensar diferente
a humanidade não é só isso
confusão e
viver no trilho
estende a mão
corre risco
não é só essa
a humanidade quer mais
recusa a mentira
gente é conversa
a humanidade será melhor
a dominação não permanece
a semente, pensar diferente
uma esperança nasce sempre
Afonso Jr
sexta-feira, outubro 02, 2020
quinta-feira, outubro 01, 2020
A família real
A menina não sabia que poderes eram aqueles.
A família real do Brasil detêm os jornais e os sinais de satélite, censura as universidades e a internet.
Ela foi eleita no mesmo ano que mataram o principal jornalista que denunciava o sistema paramilitar na política.
A menina descobriu um baú com fotos, mapas e manuscritos de sua família.
O filho do presidente, pastor Américo, tornou-se presidente da Fundação Nacional para a Alegria.
Sua mãe desaparecera quando era tinha três anos.
Primeiro, o jornalista havia perdido sua coluna no jornal, depois foi banido do Twitter, depois programas de TV e acadêmicos começaram a falar mal dele no jornal da noite.
Os Meninos Brancos começaram uma série de explosões em jornais depois que o presidente lhes homenageou no Palácio Presidencial.
Juízes e jornalistas começam uma campanha contra os movimentos antiterroristas.
A família real do Brasil é investigada pela sua ligação na morte do jornalista.
A menina observava o mar à noite e treinava a capacidade de mover as bolas de fogo.
Afonso Lima