O juiz peixe-com pernas de homem apontou para a cidade. O padre com asas de inseto abençoou o arauto.
Um meteoro atingiu a Terra.
No cemitério, o arauto tocou sua harpa milagrosa.
Os mortos saíram da terra.
O exército foi acionado: fumaça cobrindo o horizonte.
O arauto tocou seu tamboril em frente ao mar.
O horizonte escureceu, ventos, fuga, uma onda de dez metros destruiu todas as casas.
O arauto subiu na torre mais alta. Tocou sua flauta.
O oxigênio da atmosfera se tornou venenoso por três minutos. Pessoas sufocaram na avenida.
O arauto subiu até ver os continentes ao longe.
Crianças nos seus berços tiveram pesadelos com fogo nas cidades e demônios-animais que cantavam.
O arauto abriu o portal dourado.
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Afonso Lima
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