O juiz mandou fechar A Liga. 6 mil documentos com provas de horrores foram perdidos.
Elas buscavam juntar os dados para a Comissão que chegaria ao país.
A Junta buscava o silêncio.
Formulários, testemunhos, assinaturas.
- Mas onde vamos guardar isso? Não podemos pisar na praça.
Uma delas teve uma ideia. Bateram na porta de Jorge Luis.
Durante anos, havia feito humor.
Ao atravessar uma rua, a pessoa que o guiava perguntou se não temia ser guiado por um peronista.
- Eu também sou cego, respondeu.
Senhoras contaram seu medo na sala. Torcidas de futebol as haviam ameaçado.
Ninguém assumia nada.
Uma companheira que levava informações ao exterior, Adriana, havia desaparecido.
- Não foram julgados, não estão em prisões?
- Isso é o que queremos saber.
Ele abriu uma porta na biblioteca.
Quantos andares tinha aquilo?
Assim trabalharam no infinito de histórias.
Cento e cinquenta recebidas pelos estrangeiros.
- Forças do Exército, da polícia. O silêncio total.
Um mês depois, trouxeram flores.
O homem cego as cheirou. Ligou para Adolfo, confabularam.
Os jornais do mundo todo estamparam:
"JLB e os maiores escritores da Argentina exigem lista de desaparecidos".
Afonso Lima
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