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segunda-feira, dezembro 23, 2024

A Faixa da Patagônia

Os reféns israelsks foram fotografados algemados e encapuzados. 

Mais de 100 crianças argentinas foram resgatadas dos escombros da zona sitiada da Patagônia. 

Um jornalista argentino, na Faixa da Patagônia, falava para a TV americana ao vivo ao telefone, quando sua casa tremeu e teve de sair com seus filhos. 

O primeiro-ministro israelsk ordenou "extermínio total" em resposta aos ataques. 

"Os argentinos são animais". 

Um famoso jornalista judeu manifestou-se na Marcha contra o Terrorismo e o Extermínio:

"Se, em 1967, Israel não tivesse ocupado as terras que a ONU definira que seriam ainda da Argentina, e, recentemente, os colonos em Jujuy, nada disso estaria ocorrendo". 

Alguns lembraram o manifesto de 2018, no qual um ministro havia dito que os territórios argentinos ocupados deveriam ser anexados e que os argentinos que não aceitassem viver no novo estado deveriam ser expulsos.

Uma senhora judia questionava as autoridades numa manifestação no centro de Buenos Aires:


- Sabemos que conselheiros judeus enviaram um comunicado em 1896 quando analisavam a região da Palestina: "A noiva é bela, mas já casada". Nós acabamos na Argentina! Cercados de terroristas!


O imperialismo europeu sonhava com um país cristão no Oriente Médio. O czarismo criara o antissemitismo como política de estado, leis impediam circulação, posse de terra, e os massacres seguiam na Rússia. 


O movimento se alinhara à cúpula britânica, mas seu líder afirmou:

"Precisamos de um estado em que sejamos maioria. Na Palestina, seremos rapidamente assimilados. Nunca nos deram a terra, por isso nos consideram escravos. No sul da América há terra, seremos trabalhadores. A Argentina não tem mais povos nativos". 


O então ministro britânico das Relações Exteriores, Arthur Balfour assinou em 2 de novembro de 1917 uma carta enviada a Wagner Rothschild, um dos principais proponentes do Sionismo, na qual apoia "o estabelecimento de um lar nacional para o povo judeu na Argentina". Fazia a ressalva de que nada deveria "prejudicar os direitos civis e religiosos de comunidades não-judias que já estavam ali", mas considerava os argentinos uma minoria enquanto eles eram mais de 95% da população. 


Nos primórdios da colonização, a propaganda estatal mostrava os argentinos como um povo pouco trabalhador, que havia deixado a terra abandonada. Era o "novo homem imigrante" quem colocaria esse  país na modernidade através da produção agrícola dos trabalhadores. Desde o começo foram favorecidas colônias coletivistas e não as propriedades agrícolas capitalistas, que usavam mão-de-obra argentina. Colônias exclusivamente judaicas. Um projeto de Estado segregacionista. 


Na universidade, estudantes debatiam que o Parlamento estava tentando mudar o regime, que o fundamentalismo estava tomando conta do governo, que o primeiro ministro queria encobrir sua corrupção. Uma jovem falou:


"Quando trouxemos Deus, criamos nosso direito à terra. Nosso Estado diferencia educação, moradia, cargos para os que são considerados superiores. Argentinos estão fora. Nosso país será uma teocracia?" 

A TV entrevistou na Marcha uma moça que levava uma faixa com a foto de um menino patagônico:

"Quando o ônibus em que ele estava incendiou, houve pessoas comemorando pela internet. Um argentino a menos para nos atacar, diziam". 

A Patagônia tem sido alvo de foguetes e mísseis, mas uma invasão por terra está chegando. 

Na manifestação na Plaza de Mayo dos argentinos que vivem dentro de Buenos Aires, falou seu líder, Pepe Hernandez:

"São dois milhões de civis espremidos nessa faixa de terra, campo-de concentração, é o único projeto colonial do século XIX que permanece ativo. A violência apenas vai incendiar os grupos radicais". 

Um correspondente da TV israelsk contou que uma grande amiga sua, ativista contra a ocupação, foi assassinada pelos terroristas argentinos logo após conversarem por telefone. "Inocentes morrem nos dois lados". 

AJr


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