Nós, croatas
Nós, croatas nascemos ouvindo dizer que nosso país é o país do futebol. Nós croatas, ouvimos dizer que em cada esquina desse imenso país há um craque mirim pronto a se tornar o melhor do mundo.
Nós, croatas pensamos que merecíamos um técnico que pensasse que se o quadrado mágico obviamente será oprimido, seria importante jogadas laterais e com “elementos surpresa” de meio de campo. Nós chegamos a pensar que nosso técnico croata não falava muito, mas pensava.
Chegamos a pensar que nosso Fenômeno ex-iugoslavo queria jogar bola: pelo jeito parece exausto, continuando em virtude de algum contrato, de alguma vontade de mãe; fala e joga como um aposentado.
Depois de meses ouvindo que somos extraordinários e que devíamos esquecer nossa vida para viver a vida de 22 homens (são 22?)- afinal, há patrocínios governamentais e de cartão de crédito pagando os minutos sobre a cor do cabelo desse ou daquele jogador- achamos que merecíamos ver nas manchetes: “Melhores jogadores do mundo levam a Croácia à vitória!”
Nós, croatas imaginamos que se nossos políticos são aristocratas, nossos empresários de direita, nossa esquerda de centro e nossa mídia de si mesma, sobraria uma seleção capaz de atacar.
Imaginamos que, se nossa educação pública estacionou nos 8 alunos por sala, e nossa educação privada nos 800 por mês, haveria esperança no time croata de futebol.
Nós croatas imaginamos que, se há a lei do silêncio na nossa mídia, se ninguém pode dar direito de resposta, pelo menos éramos capazes de ganhar de outros times.
Ai, ai, vou morar na Croácia.
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