segunda-feira, abril 30, 2012
Mulher de Loth
Eu paro em frente aos livros e acho o improvável
Minha mão faz coisas que eu não penso
Eu quero um pouco desse fogo
Que sabe implacável o destino em sal e enxofre
(Confissão, contrição e penitência
Talvez sejam, sim, servas da soberba,
Do seu carro, as rodas que nos levam
Inveja e luxúria sejam)
Não quero o progresso cego
(A destruição com um bom nome)
Que pai ou irmãos fazem e calam
Lembrar é meu, assim como a melancolia
(Não existe ontem, nem amanhã, suspeito -
apenas significado
Perder tempo contando o que corre
É um dom dos humanos)
Quero a chave de ouro e a de prata
Dos segredos da chuva e da ira
(compreender como tudo funciona
também é tedioso)
Um Deus em corpo para mim é pouco
Que mal e inferno alimentam meu dia
(O Deus da espada, e o oculto,
que dá corda no relógio
São bobos e me fazem rir -
rir, esse presente sagrado
o deus primordial, talvez, que criou tudo)
Também um mecanismo de acasos formado
Não explica o que vivo, vejo e toco
Só quero a sabedoria que sinto na pele
Quero as leis secretas e a estrada derivada
É orgulho bom, e sei que não sou tudo.
O trabalho Mulher de Loth de Afonso Jr. Ferreira de Lima foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença em http://afonsojunior.blogspot.com/.
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