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domingo, julho 21, 2013

Cosmos

Eu te quero bem
O pacífico possível do mundo
coberto de letras-estradas
e o cabelo centenário da madeira
como signo subaquático das medidas
desmedidas - os pelos gráficos
dos apelos atávicos nossos
as nuvens tão maiores que os prédios
que soltam o olhar onde
o quadrado solto pode te desintegrar
os pulsares do peito sem juízo
o mar impalpável que une
querendo ser visto
a tipografia cornucópia
do dia, forró de matéria em transe
as coisas nunca saem como o esperado
o big-bang de tudo
o que é uma flor
insabível
o susto de pingos vermelhos
movimento intencional do ser
ligações no espaço-tempo poético
de como falam as camadas do corpo-mente
redes, catedrais de pó inteligente
esconderijos do átomo concreto
metafísica do tato
linguística do químico
todo movimento já é mundo
uma espécie que quer ser pessoa
nem fantasma
nem máquina
seria muita prepotência dizer que sei as coisas

Consciência de uma inconsciência universal
mutante
perigo da pedrapensar
(pedra que quando pedra viu o mar)
e fome de outramente
replantar o chão, semente do mundo
dúvida jedi
contra a fábrica de banal
desesperança
não sei me salva

Eu vivo a vida dos insetos
árvore alienígena e banho de araras rebordosas
parte da paisagem sonora germinando
sintética dos seres resendo
os brotos grossos do corpo
e a onda de ânsias do belo todo
útero vertical nos dias oculto
no pisar pálido
o pântano dos ossos esvaziados
sem nonsenses regulados
eu quero a pele do mundo na minha
jazz atravessando a avenida
e a surpresa do absoluto nós


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O trabalho Cosmos de Afonso Jr. Lima foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.









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