Tropas.
Escombros de um exército. Uma divisão esfacelada. A fome aumentava.
De
vez em quando, o cadáver de um alemão inchado era tirado da água.
Bosques cheios de saqueadores.
Flocos
gelados, os prussianos iam entrar na cidade, gelados burgueses. Uma
atmosfera estranha. Rua muda.
Uma
luminária ao lado da porta escura, uma janela de madeira. Dedos
velhos segurando a caneta, tira o excesso.
Pela
janela, uma mulher jovem e triste com o lampião.
Luz
barroca. Pedem outra luz.
O
bule feio de metal, a xícara de barro, um homem perigoso.
Um
amigo, músico, alquebrado, uma velha senhora silenciosa.
A
mãe abatida por anos de espera.
O
casaco molhado de chuva pendurado na parede.
Ele
está de volta, mas isso não é bom.
Ele
ri como um animal.
A
madrugada escura, mãos sinistras sobre a bolsa de couro.
Um
homem olha o mar metálico ao lado de um navio alaranjado.
O
diretor, de camisa listrada, pede silêncio. Vamos filmar.
Afonso Lima
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