somos civilizados não falamos uns com os outros escondemos cipreste e cimento em meio à chuva forte mulher com guarda chuva pega táxi por que tantas palavras a palmeira esfumaçada de água cortada pelo lado a lado do vidro algo de branco nos pingos grossos casados no escuro da avenida um pouco de Cairo e roxo e Kobra o que temos dentro é como se o animal voltasse e surgisse nas copas verdes das árvores o verão e braços longos brotando do chão atrás da janela uma luz lilás dia renovado mulher levanta a saia e as rosas água enche a calçada tudo é passado.
Afonso Lima
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