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segunda-feira, novembro 16, 2015

Depois da reconstrução

Estou vindo da reconstrução. Não merecia receber estilhaços e ver pratos e mesas voando durante o jantar.
Você está bem, deveria agradecer. Espero que o J. saia logo do hospital. Acalme-se, vou acender o aquecedor. Um jazz. Não podemos sair de casa.
Será que aquele inferno todo. Eu me sinto mal.
Mas os ideais por trás disso. Era uma ditadura, tinha a existência de armas, o terror jihadista.
Um governo opositor nacionalista. Nós lutamos sem saber ao certo.
E a tortura. Quem poderia imaginar que... um milhão de soldados.
Nós fudemos tudo. Acabamos com tudo. Desmoronou, eles não ia aguentar. Uma moça disse que antes não usava véu, agradeceu ironicamente. Sem tratamento de água.
Não se pode prever o mal antes. O mundo está mais inseguro, fazer o que. Marcas de sangue no chão.
E não teria sido um pouco propaganda? Gastamos mais com isso, gastamos bilhões.
A incerteza moderna. Prefere sushi ou pizza?
E nós estávamos lá, falando em contratação em meio ao caos.
Era uma reforma terceirizada. Pizza de quê?
Um milhão de dólares para deputados e senadores.
Vamos tomar um vinho. Você tem de ser menos radical. Você viu o que está passando na TV?

Afonso Lima

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