A mansão tem 13 quartos e somos 12 pessoas. A vida nos deixou no banco rendas crescentes. Juramos não abandonar a casa, não reprimir nosso desejo, não trabalhar e não sentirmos culpa. A vida se multiplicará em tudo.
Dia 27 setembro
Decidimos beber tudo que fosse possível. Um caminhão parrou na porta. Contratamos empregadas para limpar o vômito. Toneladas de pizza chegam todos os dias. Um médico nos despeja litros de energéticos, analgésicos, suplementos multivitamínicos, aspirina, café...
Dia 1 de outubro
No Halloween nos divertimos pra caramba. A casa cheia de lanternas e esqueletos. Contratamos pessoas para apanhar. Maga estava possuída. A bandinha na piscina ficou a noite toda tocando. Os amigos adoraram os canapés nos quais colocamos sangue. Orgia.
Dia 10 de outubro
Decidimos que no jogo, quem perder será escravo. Tudo deve permitir e atender. A cada mês um de nos perderá sua liberdade. No primeiro jogo, Jonas perdeu. Cada um de nós deu um tapa ou um beijo nele.
Dia 12 de novembro
Rogério teve de perder a virgindade anal. Não foi nojento. Acho que estamos perdendo nossa sensibilidade.
Dia 18 de dezembro
Ana teve de dar para todos os rapazes que quiseram. Ela não parecia contente. Acho que tem ainda uma chama dentro dela. Um pouco de cristianismo mofado. Por que devemos fingir que não somos animais?
Dia 22 de dezembro
Hoje matamos pela primeira vez. Ele fica no fundo da piscina dois dias até pensarmos no que fazer.
Comer passou a ser nosso principal assunto. O tempo da digestão, depois mais sono, sexo, drogas.
Dia 24 de dezembro
Decidimos comer o morto. Comemos um churrasco muito temperado. Os ossos nós separamos em grupos e enterramos em partes diferentes do jardim. Acho que quero ir embora.
Afonso Lima
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