Abro a boca cansada hoje esse mundo invisível prisioneiro
o fundo do tempo caminhar o monumento que vem opaco
A esperança exausta da mulher espanto do novo manifesto brutal
o coletivo medo na terra limpeza os que sabem cor de pássaros ameaça
Caminhando no túnel sem vento perdidos no cimento chegando em grades e soldados
fervor dos corpos não estão entendendo nada
A esperança dos negros e o cão o sol ardente e as algemas do martírio
sobem os gritos da nova cela constelação de fantasmas vingadores
O trabalho espinho tropical a mulher marginal com a faca
a arte ferida na esquina homem branco perigo mortal
Depois da alvorada e livro e fala rimada se lança
eles como rebanho as mãos algemadas a pele como destino e não
O vigia as cabeças no pátio a mãe agachada eles tiram os canos
chuva negra não pode ser tanto por buraco eles riem da nossa cara
Presos no eco do passado o dourado divino o autômato
vitimas restos na mesa do banquete a festa do santo guerreiro
Bandeira lavada na água ruim de Ipanema militarizada
luar que perdeu o mar sangue pouca tinta da pátria apodrecida
Os aviões e o suspiro do cidadão da pátria mundo expulso
Poder o grupo a canção a liberdade nasce na montanha
Vem libertação na dança já é outra nação que levanta
Afonso Lima
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