A repórter Andrea Sadi mostrou no G1 que a administradora Desiré Queiroz, favorita para o cargo de secretária nacional da juventude, deve ser vetada pela ministra Damares Alves por ter defendido em rede social a vereadora assassinada Marielle Franco. (…)
https://www.msn.com/
O que mais impacta nesse início de governo é a sensação de que a razão foi tirada do jogo. Razão, hoje, parece ser uma palavra um tanto desgastada, mas podemos usá-la para falar na verdade acordada entre visões de mundo diferentes - em geral sobre a forma melhor de resolver problemas. Ela seria a base da democracia.
Seu oposto é um controle tão grande da informação e da recepção que cria uma relação direta entre minoria facciosa e massa desinformada.
Essa massa não necessariamente está errada em todos os pontos, mas sua montagem da paisagem de problemas, soluções e responsáveis não se define pelo acordo da maior parte dos fatos e pela eliminação das simplificações. Existe lista de "pessoas a não ver", que inclui artistas, jornalistas e políticos.
O jornalista Zack Beauchamp comenta sobre o novo regime húngaro:
Uma infinita bateria de propaganda, tanto dos órgãos oficiais quanto dos impérios da mídia privada dos aliados de Orbán, demoniza refugiados e muçulmanos, alertando para uma ameaça existencial à sociedade e à cultura húngaras — defendendo o regime de Orbán como a única coisa que protege o país da dominação islâmica. Essa crise forjada serve como ferramenta de legitimação para o autoritarismo do partido Fidesz, um pretexto para o governo aprovar leis que minam seus oponentes.
https://www.viomundo.com.br/
O que tem chamado a atenção é essa criação do inimigo público numa visão evangélico-militar: a propaganda cria um mundo paralelo de medo e perseguição.Esse mundo já existia com o globismo, a ideologia da grande mídia que ocultou a complexidade e alimentou o desejo de força bruta.
Perguntamos a quem a Coisa se dirige: a um sujeito oculto brasileiro, os filhos da elite que sempre odiaram a esquerda e desprezam raciocínios, o pobre de celular novo que teme ser assaltado na parada de ônibus. Pesquisas de opinião provavelmente descobriram a raiva do pobre do pobre, os trabalhadores que querem morte para os "vagabundos".
De modo mais amplo, a oligarquia tira o estado do caminho, como regulador, como protetor do bem comum.
A crise chegou com uma esfera das opiniões públicas controlada pelas oligarquias.
A "esperança no ódio" - o messias como solução - de que falam as antropólogas Rosana Pereira Machado e Lucia Mury Saclco, desperta uma revolta convicta da "oposição" que não quer "o mesmo".
Foi construída a ideia de que vencedor usa marcas. Os progressistas não souberam trabalhar a imagem da desigualdade como coluna principal dos processos e da solidariedade como solução mais profunda.
Sempre evito criticar os progressistas, a chamada esquerda, porque há uma continuidade entre os poderes ilimitados da Colônia, do Império e da República, de modo que a pobre elite nunca se viu refletindo sobre sua auto-percepção de aristocracia branca. (Fala-se agora até em liberar porte de armas sem passar pelo Parlamento).
Mas a esquerda não soube nomear os protestos de 2013 ou dar ao Congresso um ultimato de modo a justificar aprofundamentos democráticos.
Vimos um grupo de técnicos tentando basear-se na estrutura de uma década atrás, sindicatos, capitais com pensamento crítico, jornais e instituições (pensadas como organizadas em nome do povo).
Descobrimos que somos um núcleo de pensamento cercado de uma massa sem escolaridade, de uma classe média sem responsabilidade social, acostumada a pensar em lucro apenas. Toda pergunta é uma ameaçar a ordem, mas sem questionamentos e ordem dinâmica, a sociedade morre em hipocrisia e falsidade.
O conservadorismo moral, o punitivismo - que foi alimentado pela corrupção e violência. O Whatsapp é uma prova mais contundente que um jornalista reconhecido.
O imaginário do bem e do maligno, agora projetado pela TV numa nova fase de expansão do salvacionismo, dos valores, do bem ordenado eliminando a realidade complexa. As "pessoas boas", os bispos, as fardas, todos sabem o que é o socialismo, o esquerdismo, eles podem nos guiar.
Surge um socialismo fantasiado, capaz de reunir as demandas todas para preventivamente romper o círculo da verdade dialogada, das melhores propostas, a sua legitimidade.
Gays são tirados da pauta, simplesmente porque a Natureza - tão diversa e mutante - não pode pertencer ao discurso da Repressão e da Ordem, da traição das elites.
Segundo Moira Weigel, pesquisadora associada da Universidade de Harvard:
"O discurso antipoliticamente correto ecoa nos Estados Unidos entre um público que havia sido informado durante décadas de que era inaceitável ser abertamente racista ou misógino. Então, os ataques ao politicamente correto tornaram-se uma forma de expressar antigas formas de sexismo e de racismo, sem que as pessoas sintam vergonha por dizer essas coisas".
https://brasil.elpais.com/brasil/
Afirma Luis Nassif:
"O poder, agora, está com as altas patentes militares, que se veem imbuídas de uma missão salvacionista. É poder que veio para ficar. O salvacionismo consiste em matar o mal pela raiz, interferindo em todos os sistemas que permitem a propagação do socialismo e da corrupção."
Perguntamos a quem a Coisa se dirige: a um sujeito oculto brasileiro, os filhos da elite que sempre odiaram a esquerda e desprezam raciocínios, o pobre de celular novo que teme ser assaltado na parada de ônibus. Pesquisas de opinião provavelmente descobriram a raiva do pobre do pobre, os trabalhadores que querem morte para os "vagabundos".
De modo mais amplo, a oligarquia tira o estado do caminho, como regulador, como protetor do bem comum.
A crise chegou com uma esfera das opiniões públicas controlada pelas oligarquias.
A "esperança no ódio" - o messias como solução - de que falam as antropólogas Rosana Pereira Machado e Lucia Mury Saclco, desperta uma revolta convicta da "oposição" que não quer "o mesmo".
Foi construída a ideia de que vencedor usa marcas. Os progressistas não souberam trabalhar a imagem da desigualdade como coluna principal dos processos e da solidariedade como solução mais profunda.
Sempre evito criticar os progressistas, a chamada esquerda, porque há uma continuidade entre os poderes ilimitados da Colônia, do Império e da República, de modo que a pobre elite nunca se viu refletindo sobre sua auto-percepção de aristocracia branca. (Fala-se agora até em liberar porte de armas sem passar pelo Parlamento).
Mas a esquerda não soube nomear os protestos de 2013 ou dar ao Congresso um ultimato de modo a justificar aprofundamentos democráticos.
Vimos um grupo de técnicos tentando basear-se na estrutura de uma década atrás, sindicatos, capitais com pensamento crítico, jornais e instituições (pensadas como organizadas em nome do povo).
Descobrimos que somos um núcleo de pensamento cercado de uma massa sem escolaridade, de uma classe média sem responsabilidade social, acostumada a pensar em lucro apenas. Toda pergunta é uma ameaçar a ordem, mas sem questionamentos e ordem dinâmica, a sociedade morre em hipocrisia e falsidade.
O conservadorismo moral, o punitivismo - que foi alimentado pela corrupção e violência. O Whatsapp é uma prova mais contundente que um jornalista reconhecido.
O imaginário do bem e do maligno, agora projetado pela TV numa nova fase de expansão do salvacionismo, dos valores, do bem ordenado eliminando a realidade complexa. As "pessoas boas", os bispos, as fardas, todos sabem o que é o socialismo, o esquerdismo, eles podem nos guiar.
Surge um socialismo fantasiado, capaz de reunir as demandas todas para preventivamente romper o círculo da verdade dialogada, das melhores propostas, a sua legitimidade.
Gays são tirados da pauta, simplesmente porque a Natureza - tão diversa e mutante - não pode pertencer ao discurso da Repressão e da Ordem, da traição das elites.
Segundo Moira Weigel, pesquisadora associada da Universidade de Harvard:
"O discurso antipoliticamente correto ecoa nos Estados Unidos entre um público que havia sido informado durante décadas de que era inaceitável ser abertamente racista ou misógino. Então, os ataques ao politicamente correto tornaram-se uma forma de expressar antigas formas de sexismo e de racismo, sem que as pessoas sintam vergonha por dizer essas coisas".
https://brasil.elpais.com/brasil/
Afirma Luis Nassif:
"O poder, agora, está com as altas patentes militares, que se veem imbuídas de uma missão salvacionista. É poder que veio para ficar. O salvacionismo consiste em matar o mal pela raiz, interferindo em todos os sistemas que permitem a propagação do socialismo e da corrupção."
https://jornalggn.com.br/
Absurdos podem ser feitos porque não se espera mais a reflexão pública. O pior é que não é apenas o debate entre menos recursos ou mais, é dominação sem contraditório.
Absurdos podem ser feitos porque não se espera mais a reflexão pública. O pior é que não é apenas o debate entre menos recursos ou mais, é dominação sem contraditório.
O Brasil estático se revolta contra a sacudida que foram esses anos de prosperidade e democracia.
Mas saber a realidade é melhor que viver no engano.
*
Mas saber a realidade é melhor que viver no engano.
*
Confira as 17 medidas de Bolsonaro contra o Brasil:
1) Garfou 8 Reais do salário mínimo aprovado pelo Congresso;
2) Extinguiu Secretaria da Diversidade, Alfabetização e Inclusão do MEC, para reimplantar o preconceito e impedir o ensino crítico;
3) Proibiu a Funai de demarcar áreas indígenas, que agora será feita pelo Ministério do Agronegócio;
4) Anunciou liberação a posse de armas e disse que vai tornar esse “direito” vitalício;
5) Anunciou que vai impor a prisão de condenados em segunda instância, atropelando o STF;
6) Extinguiu os ministérios do Trabalho, da Cultura, das Cidades, Esportes e Integração Racial;
7) Esvaziou a Comissão da Anistia, remetendo-a para o patético Ministério da Damares;
8) Liberou as chefias do Itamaraty para nomeações políticas, quebrando uma tradição secular da diplomacia profissional brasileira;
9) Anunciou que vai privatizar Eletrobras, apesar do veto do Congresso ao processo de capitalização da estatal;
10) Comprometeu-se com os EUA para atacar Venezuela, Cuba e Nicarágua;
11) Colocou a reforma contra os aposentados no topo da agenda de governo;
12) Confirmou a transferência da embaixada brasileira para Jerusalém, mostrando que é submisso a Trump e ofendendo a comunidade árabe;
13) Reprimiu seus próprios apoiadores na posse e censurou violentamente a cobertura da imprensa;
14) Anunciou demissão sumária de servidores que criticaram suas políticas em redes sociais privadas;
15) Extinguiu o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), que orienta o combate à fome e o Bolsa Família;
16) Acabou com o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transportes e tirou do Senado a aprovação dos diretores do DNIT;
17) Fez um acordão com os partidos políticos que ele tanto criticou, para que o PSL apoie a reeleição de Maia e ganhe cargos na Câmara.
https://jornalggn.com.br/noticia/em-24h-bolsonaro-toma-17-medidas-que-prejudicam-o-povo-brasileiro
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