nesse tempo sem tempo
esse poema não tem nada a dizer
pássaro de gesso, amor bruto, árvores de barro
nada - esse poema se demora no ser palavra mesmo
sem sol vermelho, sem metáfora de música, sem rio sujo, livro sem letra
porque nesse espaço estão as coisas, coisas coisas, sem adjetivo
a cadência desse ser e sua esperança
observa o gesto desse dia minúsculo
somente leve assim esse poema persiste
Afonso Lima
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