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terça-feira, abril 30, 2024

Morcego e o Diamente amarelo

Senador Wiker gritava em frente a uma fogueira. Os jovens lançavam quadrinhos no fogo.

- Acabaremos com a violência! Pelo fim dos quadrinhos criminosos! 

Morcego observava do alto de um edifício. No fundo da paisagem, a fumaça de uma industria química e a sombra da usina nuclear pairavam sobre a cidade. 

Seu sobrinho Robini havia sido assassinado pela máfia. Ele não conseguia entender.

Seus pais haviam sido espionados pela ditadura. Um tio seu havia sido torturado. Sua mãe, médica, conseguira provar que o governo espionava a família, gerando comoção na cidade. Isis era sua arma secreta. 

Como seus pais veriam a situação atual, em que Igrejas fanáticas e mafiosos patrocinavam políticos?

Ele falava sozinho com o fantasma do velho Butler. (Quantos nazistas havia ele condenado com seu talento para os códigos secretos). 

O senhor Ed. W. havia comprado minas na África há três décadas. Lendas locais diziam que, em uma delas, encontrara-se com uma criatura nefasta chamada Pesadelo, que o contaminara com sua doença da alma. 

Seu filho nascera com estranhos dons. Quando criança havia se perdido e, ao retornar, desenhou cenas do que depois se chamou "Casa do Horror". 

Seus pais haviam morrido em um estranho assalto dentro de casa. 

O líder de um circo de excentricidades, Risada Maligna, fora preso pelo ocorrido, mas nunca se chegou a uma evidência concreta. 

Morcego - no seu traje diurno - usara sua fortuna para criar uma editora de sucesso. Entrara no ramo do cinema. 

Começara a ter sonhos estranhos. Roberto, um de seus desenhistas mais talentosos, jovem gay de 18 anos, que vinha de um histórico de violência familiar e abrigo, não parecia estar bem. 

- Esses fascistas vão acabar com tudo! Vão prender a gente! - dizia.  

Ele tinha medo de se aproximar. 

Enquanto isso, Mister Egg, o polêmico apresentador da TV, interpretado pela bela Cassandra L., denunciava a "indústria cultural vermelha", que ia nos levar à tirania. 

Necromante havia lhe enviado uma mensagem do suposto espírito de Robini: "Diamente amarelo". Estranho que esse ser ambíguo quisesse ajudá-lo. 

Madame Ching, a rica herdeira de 80 anos, dona da mansão gótica mais estravagante de Gótica, era sua conselheira nesses momentos. 

- Sente-se, vampirinho, vamos tomar aquele chá escuro.

***

Afonso Jr. 

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