Eles não são como nós
O que ficou também não é igual
o café na xícara
a panela na cozinha
os livros marcados pela metade
que a estrada não comporta
Nós não somos como eles
o que levam também não é igual
medo e a noite de uma criança
muro ou edifício do primeiro beijo
esperança ou céu e orações
mortes em pedra que ficaram sem visita
o sangue que nunca será lavado
o que não cruza as pontes e o silêncio conta
Na estrada, fugindo
na memória, que escoa
no tempo de incertezas
somente os pés na terra
como nós
Afonso Junior Ferreira de Lima
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