Páginas

Ajude a manter esse blog

terça-feira, dezembro 03, 2019

Dráculas

A Rainha chegou na sacada do palácio. Colocou sua bolsa negra com dentes pontudos de ouro sobre a pedra. A multidão - inquieta depois dos ataques - ficou imediatamente calma. O Conde fez a saudação vampírica, a multidão respondeu com salvas e cantou "Dráculas forever".

No bar antigo da esquina, homem careca, pálido, de unhas grandes, bebia ao lado de uma mulher com uma capa negra e asas de morcego amarradas no pulso.
- Beba Batman, essa velha não vai calar a boca até chegarem filas de ônibus de turistas.
Ela pareceu não e importar. Estava pálica e distante.
- Eu fico imaginando como tudo isso começou. Tenho uma amiga lâmia que jura que teve um namorado vamp-soldado que lhe afirmou que tudo começou quando um político propôs criar impostos aos bilionários para ter educação e saúde grátis. A nobreza começou a criar "bailes do vício" e "desfiles das sombras", comentados nas revistas e noticiados nos telejornais.
O careca disse:
- O brilho do poder: você é um pobre aristocrata, os pobres abaixo de você devem morrer.

Lucas, um ghoul-urbano, chegou cansado com uma notícia:
- A Rainha foi assassinada! 

O pânico tomou conta do bar. Uma donzela-em-perigo desmaiou. Vampiros clássicos deram tiros para o alto e as cyber-vampiras teens conectaram seu visor à distância. 

A mulher morcego falou no ouvido do homem careca:
- Vamos embora daqui. Alguém pode avisar o serviço secreto que sobre o que acabamos de dizer.

Pelas ruas as pessoas corriam desorientadas, e a bolsa negra continuava em algum lugar do palácio. 

Afonso Junior Lima

Nenhum comentário: