Agora, eles disputavam a janela para ver quem subiria na cadeira - a família tivera a piedade de colocar mais uma cadeira.
O mesmo quarto, pequeno, a mesa, uma gravura de revista emoldurada. Tantas patas que se moviam sem controle.
Parece que uma comunicação secreta percorreu o bairro - havia outros como ele, cada família devia livrar-se de seus monstros.
Ele acostumava-se agora a ensinar esses difíceis movimentos aos novatos, mover a cabeça para levar o corpo, os jogos no couro, extravagâncias e bromas com os negócios típicas dos animais.
A irmã tinha pesadelos com as formas negras no quarto.
A voz dos animais servia também à música, dias em que todos se iam da casa; e cada dia se enchia o quarto com mais desses seres.
Surgiu um tipo novo de som, o violino com patas.
Algumas vezes, era preciso dar de comer na boca de um que se deprimia, como aos cavalos.
Quando imitavam a gente normal, vestindo uniforme, todos os aplaudiam.
Os quartos próximos pudiam agora ser alugados para turistas interessados em zoologia e transformações.
As conversações seguiam enquanto decidiam se era melhor deixá-los sem comida aos poucos ou transportá-los de alguma forma para a margem de um rio no inverno.
Afonso Jr. Lima
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