Aquele bairro distante duas horas do centro, cercado pelo deserto.
Era o lugar perfeito para se escrever ficção científica, compraram um apartamento confortável.
Não percebiam.
Juan discutiu com a filha da dona do mercadinho, seu marido, Alan, ficou aborrecido.
- A eleição passa, nosso patrimônio fica.
Depois do resultado, ficaram deprimidos.
Mas Juan não esperava que a dona do mercado não quisesse vender para ele. "Não é bem-vindo aqui".
Seu instinto o avisou, mas estava pensando em eras futuras. A nave entrara pelo "olho cósmico", só para saber que amanhecera mil anos à frente.
Depois achou que o vizinho estava correndo para não lhe cumprimentar.
- Você está paranoico - disse Alan. Está com ficção científica na cabeça.
No supermercado, as pessoas pareciam não responder a ele.
A máquina quebrou por tanto tempo, que teve de desistir das compras.
- Tente comprar alguma coisa no bar da esquina, disse a Alan.
O dono disse que havia tido um problema e sua comida estava contaminada.
Começaram a fazer compras no centro, para descobrir que seu carro havia perdido gasolina por causa de um tanque furado.
Juan estava insone.
Todos pareciam observá-lo do alto dos prédios.
Ele nem podia acreditar no que estava acontecendo.
Aquele capítulo estava na sua cabeça, quando a policia lhe parou e o revistou. Pensou que seria preso.
- Vamos embora. Se você não for, eu vou.
Colocaram tudo no carro.
No outro dia, o carro foi encontrado abandonado ao lado da estrada.
Afonso Lima
Um comentário:
Uau!
Muito bom...
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