"Ouse saber!" O Grande Despertar da América contra a monarquia britânica, a Revolução que empolgou o jovem Hegel, energia química e elétrica excitavam as mentes curiosas, colônias lutando contra a Espanha.
"O livro era Impérios Arruinados de Volney.... Essas maravilhosas narrativas inspiravam-me estranhos sentimentos", escreveu Mary Shelley em 1831.
Eu sempre achei que ela estava falando muito mais do que aparentava dizer, falava sobre a emancipação da mulher através de sua imaginação.
Então, eu pensava que uma outra mulher, falecida dez anos antes, havia rompido com a Deusa Razão.
"O que é você que caminha a esta hora da noite em trajes guerreiros, e que se parece com o rei morto da Dinamarca? Fale!"
A pequena Ann assistira no teatro de Natal o espantoso fantasma de Hamlet. Na biblioteca, o livro mostrava torturas da Inquisição.
Seu marido chegava tarde do jornal. Já havia escrito e publicado quatro livros, com sucesso. A "Shakespeare do romance".
"Esta imagem era tão terrivelmente natural, que não surpreende que Emily a tivesse confundido com o objeto que parecia, que ela tivesse acreditado que este era o corpo assassinado da dama Laurentini, e que Montoni tinha sido o inventor de sua morte."
A "feiticeira poderosa" pouco saía de sua casa. Nas festas da sociedade não se esforçava para ser simpátia. Ela observava e anotava, quase nada se sabe de sua vida.
Havia muita ansiedade no ar. Ela era amiga da Sra Darwin, suspeitava que seu pequeno filho de cabelos loiros seria lido como o homem que reduziu a humanidade à macacos?
Seu último livro é diferente. Aqui, impera a noite. Ela começava a se cansar da nova face da ciência, menos pergunta, menos suspense?
O que aconteceu nessa noite fria, a lareira com fogo baixo, em que as árvores batiam na janela e uma sombra pairava sobre o coração dessa mulher?
Será que ela adormeceu sobre a pena e o papel? Será que recebeu uma visita estranha? Será que ouviu uma voz? Entrou ela no sonho e navegou pelo não explicado?
"Era quase meia-noite, e a quietude que reinava era mais aliviada do que interrompida pelo suave correr das águas da baía abaixo, e pelos murmúrios vazios do Vesúvio, que vomitava de tempos em tempos sua súbita chama no horizonte, e depois o deixava para a escuridão".
Afonso Junior Ferreira de Lima
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