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quinta-feira, agosto 16, 2007


Castigas rindo e mordes


Foi surpreendente para mim ontem o tom das brincadeiras de Jô Soares com relação ao presidente. É o momento em que se sai de uma ironia ao excesso para uma espécie de crítica sistemática, o que dá a impressão de desmontagem da imagem, pela ridicularização quase próxima à mágoa.

Citando uma frase do presidente segundo a qual no momento que o mundo conhecer a cachaça brasileira vai abandonar o uísque, frase boba, mas parte da espontaneidade lendária do personagem, o apresentador comentou: “Ao contrário do que se diz, ele não entende nada de bebida”. Um silêncio pesado chamou a vinheta.

No debate com “as meninas”, ao elogiar o modo durão e ar de competente do ministro Jobim, aproveitou para completar “não sei se vai agradar ao presidente”.

Ainda mais algumas: “Não faz Pilates, mas fez-se de Pilatos, lavando as mãos”. E, comentando uma frase de Lula segundo a qual seus assessores não iriam ir até Washington a cada tremor no mercado, como teria feito o antigo governo, soltou o verbo sobre ser esse um comentário desnecessário e só adequado ao papel de oposição, etc, etc, etc.


O denso do comentário soou como se, mais que rir dos excessos e deslizes do presidente, estivessem escavando uma a uma das suas falas a procura de qualquer coisa que rendesse um comentário crítico.
Logo de Jô, de quem sempre aguardamos uma amplitude intelectual além de todo sectarismo. Tudo começou com o projeto de “classificação etária” na TV, pobre Austrália, país primitivo, que também usa...

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