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quarta-feira, junho 23, 2010

Agora
Quando o fascismo chegar
Haverá mortos nas ruas
Mortos ou não
(São os dispensáveis
no mundo da informação)
E todos pensarão que é
Ainda o mais belo dia
Quando ele chegar, festivo
Mal saberemos seu nome
Os pobres serão presos
A boca dos criadores
Haverá um só pensar
E a fala bruta da morte
Haverá alegria e risadas
(tortura legalizada)
E a pedra-paz do mais forte
O fascismo precisa sim
De uma boa dose de sonho
(um sonho sem som, nem cores)
Sonhar que alguns são
Melhores
Já botas marcham fora da caserna
Os mortos pedem suas valas abertas
Uma dominação injusta
Não pode ser eterna
Liberdade: onde falam os povos
Os homens que se governam?

A selva cresceu lá fora
(homem-cabeça de caixa,
500 anos para fabricar)
Voltaram os castelos
Igualdade: para todos,
sala vermelha com escultura
Cidade em mil pedaços, vaidade
Como pode o surrealismo
Transformar a sociedade?
Fraternidade: promoção na vitrine
Franco por muito pouco
A velha miserável mija na rua
Herdeiros de Nero louco
Os que chegaram antes
(mas depois)
São os novos senhores da terra
Fecham as portas a seus pais
Que eram gente como essa
Se o fascismo chegar
serão felizes os homens
Que precisam repetir
(as coisas como estão
são horrores que virão)
Não haverá Lorca ou aurora
Seremos atores
Quando chegar
Todos os poetas serão arautos
dos tempos passados
daqueles que morreram
(mas em grega, branca glória)
Insulto será falar
dos dias que vivemos
Os jovens saberão muito
Mas nada do que estão vendo
A dor e opressão do mundo
Alegremente esqueceram
Os pensadores serão
Aqueles da torre dourada
(saberes sem contexto)
encantados no espelho
e o mundo desfeito em nada
Para os negócios é bom
Que ninguém pense diferente
Há nova ordem e progresso
No banquete da Serpente
Quando o fascismo chegar
(Faremos nossa opção)

A rua será silenciosa
Não haverá amores - desses doloridos
Porque não há vida sem contradição -
Todos que discordarem
Serão, assim, malfeitores
Quando o fascismo chegar
Haverá dor e noites com medo
Mas não haverá um sonho
De um dia sem segredos
Afonso Jr. Ferreira de Lima

sexta-feira, junho 18, 2010


Ontem vendo o Jô, quase tenho um treco com a entrevista: "O Serra fez o teste do pezinho, eu estava lá..." Gente, um novo Collor?