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sábado, novembro 17, 2012

O vento doente


Los chora sobre os escombros do que já foi uma esperança
Anteu está em pé e não leu a Bíblia do Inferno
Mas decorou as fibras cinzentas que escondem a música
Los pensou em tambores e fogo e fitas coloridas
E o que se move – em meio ao dia quente - são repetições e dualidade
(Ah, Raízes, Correnteza, Justiça e Arte – 
criando filhos da neblina e da disciplina fluente
vós que já dominaram as Noites, as Cidades, Penhascos)
Uzi, com um compasso e régua, e o coração gelado
sorri vendo que nem a dor genuína (de um sangue livre)
nem o estrangeiro assimilado sobraram sobre Ítaca
(terra reescrita em ouro falso
e tesouros e fungos na caverna comungam
os líderes do amanhã são iguais aos tiranos de outrora)
Tudo muda, e corre, e sobe e renova-se
(A Revolução é também a Guerra Nuclear
América podre, onde foi parar teu leite?)
E voltam as velhas Górgonas – estéreis, doentias, furiosas
desenhando teias de aranha pelo céu novo e limpo
Somente Los e sua poesia Anteu reconstruiriam
Porque os criminosos têm interesses intelectuais
Também eles são vigorosos e navegam céleres e tem um sono mortífero.

Licença Creative Commons
O trabalho O vento doente de Afonso Lima foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Não Adaptada.
Podem estar disponíveis autorizações adicionais ao âmbito desta licença em http://afonsojunior.blogspot.com.br/.

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