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domingo, abril 15, 2018

Buffalo Bill está de volta


um céu púrpura os helicóptero sobre a cabeça

o corpo levado pelo povo

os exércitos descem das nuvens canto de guerra

a praga atingiu o Espírito da Cidade

essa pedra teu sangue por ela caminhos

da nação que morre raízes brotam

a lágrima é o primeiro ingrediente do entendimento

liberdade é um órgão que nenhuma opressão silencia

o monstro rasga a terra era voz não se cala e interrompe

a tempestade flor na correnteza o círculo do céu a treva

salve a coreografia divergente o rastro perfumado

ela dança com seu corpo singular amor

índio olhos verdes lutando a luz nasce

e

eu preciso da coisa concreta música

em círculo no salão branco homens de pedra andam

monstro coisa contrária à natureza rei louco

o absurdo inimigo do povo inocente criança olha o horizonte ruína

seus pais estendidos na terra um homem corre está ferida o fogo vem do céu 

corto com espada a pálida palavra, água verde, deixo o sol entrar

agora essa voz branca, voz da força, guerreiro sem alma

sempre preenche tudo sempre cala inundação

o menino bebe a água suja da calçada

a roupa imunda a mão estendida a noite 

eu monstro como flores e caminho azul-nascer

verso com dragão batalha, vazio e mundo nas mãos

corpos divergentes, o olhar que desmente fraude nos livros explicada

força como lei, amigo da paz amigo do povo na corrente

ódio são os lobos a toga os bárbaros os jornais

o preso observa o horizonte canto resiste em noite escura

o monstro grita a voz não se cala e geme

os soldados estendidos na terra, os soldados cruzes brancas

o sangue na calçada, lavado nasce o dia

sementes largadas no verde círculo do tempo

indestrutível verdade

mulheres dançam no choro as vozes

a madrugada me põe no seu colo

Alejandro: Un día alguien te va a abrazar tan fuerte,

que todas tus partes rotas se juntarán de nuevo 

do céu o ciclo, caminho pelo mar, deixo o sol entrar



Afonso Jr Lima


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