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terça-feira, novembro 27, 2018

recebendo o amigo

É preciso recolher o lixo.
A cama com novo lençol, água pura.
As folhas verdes têm terra úmida.

Os seres venenosos rastejam entre folhas e lama.
O frio penetra na ruína em que nasce mato.
A noite completa dos meus passos angustiados.

Eu nunca imaginei que me trairia assim.
Eu sou apenas um eu mais forte.

Eu coloco uma toalha nova, pratos limpos, perfume no chão.
É preciso alguma comida, banheiros impecáveis.
O sol em janelas translúcidas, sabonete novo.

Eu sentia o abismo, fundo demais, eu não queria.
Meu corpo vinha me atacar, eu não podia permitir.
Segurei as lágrimas.

Eu estava seguro em minha força e cai assim.
Eu sou apenas um outro eu fraco.

Minha pele estremeceu lembrando da sua.
Eu me desespero e observo como perco tudo que conquistei.
Minhas mãos inquietas pareciam vazias.

Eu nunca parei com a alegria que passa.
A coisa que me arrasta mais forte.

O sol se põe, minha alma pensa nas coisas que vão.
Eu levanto, eu sei que nada permanece, ir em frente.
A porta, é preciso alegria serena.

Alguma beleza.

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