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segunda-feira, maio 01, 2006

Fui ver a pré-estréia do filme Carreiras, de Domingos de Oliveira.

Fashion total, Poa adora isso, nomes famosos, badalação.

A sociedade psicanalítica toda, afinal era dentro da comemoração Fró-Id, 150 anos, e que tem a ver?

Tudo! O filme é sobre uma mulher que cheira carreiras. (Também corre carreiras e quer carreira.)

Bem, afinal a Psa. é mesmo sobre Moisés, Leonardo da Vinci e Shakespeare, ou não é?
Mas falando sério: a mulher fala, fala, fala... Lacan ia adorar.
Nos primeiros 20 minutos de filme você pensa: sim, prefiro teatro (há uma discussão no início "cinema ou teatro").

Claro, na tela fica mais difícil captar toda a situação pois quando estamos no palco ajudam os movimentos corporais, o "clima", e nosso interesse em coisas vivas, e no cinema precisamos, Deleuze concordaria, de imagens que são ou de movimentos que são.

A TV tem simulado o vivo com o movimento, que desde os gregos era sinal de vida. Mas a arte é idéia plástica, prazerosa, ou não?

Depois do início essa-sou-eu-ainda o filme anda, e fica cada vez melhor, tirando algumas barrigas desenecessárias tipo, quase no fim, quando se espera um climax, praia, celular, ainda a personagem em crise, etc.

Entretanto, o personagem é ótimo, o texto muito bom, e o tema, bem é tudo que se precisa hoje.
Senão vejamos: queremos agradar a quem quando buscamos no trabalho aquele prazer insano, uma batalha diária, uma sólida isso e aquilo? Aí sim entram os psicanalistas, que já haviam lido isso, e nos informam que nosso eu nem sempre quer ser feliz, mas quer "o gozo", repetição compulsiva de um alívio para socorrer o desejo profundo, etc. etc.

Então, simplesmente, Domingos de Oliveira pegou no ponto: o dinheiro virou símbolo de outra coisa, o carro de liberdade, a carreira de amor, etc. Pode ser bobo, mas é real.

Além disso ele abriu a discussão sobre: afinal, queremos charme fazendo filmão ou queremos mensagem, que se faz até com digital. Se não há história, não adianta ter cinemão. Defesa do BOA, beleza baixo orçamento.

E, sim, antes de tudo, tudo é ela, tudo dela, a diva pós-divas, o furacão...

Priscila Rozembaum foi tão forte no papel que você ao vê-la no palco tem um primeiro impulso: será que ela é essa compulsiva ordinária? Não, é só uma atriz maravilhosa!

2 comentários:

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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