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terça-feira, agosto 15, 2006

Hoje a novidade na TV era a privatização do metrô em SP; os trabalhadores eram culpados por um transtorno no "inferno urbano" e por defender seus empregos;
mais uma - privatiza, o serviço piora, o lucro em primeiro lugar com "agências" incapazes... Como os moradores do Rio criaram, em um cartão postal depois da privatização da Light, e apagões diários: DARK...

Conseqüências da “privatização”na herança que nos entregam

Haroldo Lima

Ao avaliarmos a herança que recebemos do período FHC vemos que as privatizações provocaram resultados desastrosos sobre importantes aspectos dofuncionamento do Estado nacional

Parte básica da herança perversa que recebemos dos oito desastrosos anos do governo de FHC advém da chamada “privatização”. Esta começou antes do período de FHC à frente do Estado brasileiro, e representava um dos ícones da cartilha neoliberal do Consenso de Washington, mas se desenvolveu sobremaneira durante os dois governos de Fernando Henrique.
(...)

Sob o prisma do desenvolvimento duas conseqüências ocorreram: 1

) o crescimento avassalador das empresas estrangeiras em nosso país trouxe, em contrapartida, o crescimento avassalador das remessas de lucros e dividendos para o exterior, ameaçando cada vez mais o fechamento das nossas contas externas e retirando dinheiro de investimentos novos, vitais para o desenvolvimento; e

2) a mudança do papel do BNDES privou o empresariado nacional de um efetivo banco de fomento, que passou a usar seu capital, inclusive a parte vinda do Fundo de Amparo ao Trabalhador, para financiar multinacionais. Assim, a “privatização” no Brasil transformou-se em um inibidor do desenvolvimento do país – na prática, em um fator de estagnação. Sua contribuição foi importante para transformar o Brasil de oitava economia do mundo em décima quarta.

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A “privatização” como fator de desnacionalização da economia brasileiraA Intervenção Especial apresentada no 10º Congresso do PCdoB (dezembro de 2001) “Sobre a Desnacionalização da Economia” mostrou como a “privatização” efetuada no Brasil, especialmente sob os governos de FHC, transferiu setores-chave da economia brasileira ao controle estrangeiro.

A conclusão a que ali se chegou, e que guarda toda atualidade, foi a de que a “privatização” no Brasil foi uma desnacionalização. Estudos posteriores, como o de Octávio Ianni (ver entrevista ao Jornal da Unicamp, junho 2002); o Relatório da Universidade de Campinas sobre “a privatização no setor financeiro e a política de concentração bancária” (2002); e outros, confirmam e enriquecem essa conclusão.

Característico da “privatização” no Brasil foi o capital estrangeiro ter passado a ser predominante na economia brasileira sem criar basicamente nada de novo no país, sem implantar nenhuma planta produtiva nova, apenas comprando o que já existia e, ainda mais, através de espantosas negociatas.

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A “privatização” como fator de corrupção

A “privatização” ocorrida no Brasil esteve mancomunada o tempo todo com algumas das piores mazelas do mundo dos negócios, como tráfico de influência, avaliações fraudulentas, leilões manipulados, propinas milionárias, uso do aparelho de Estado para beneficiar amigos, trânsito promíscuo entre dirigentes que ora ocupavam cargos públicos, ora se instalavam em postos-chave das instituições “privatizadas”.

A “privatização” no Brasil desenvolveu-se de braços dados com a corrupção e a impunidade. Já na “privatização” da primeira das grandes empresas alienadas, a Companhia Vale do Rio Doce, ocorreram irregularidades clamorosas, ainda hoje sob investigação do Ministério Público.

O Consórcio vencedor, encabeçado por um grupo têxtil decadente e sem nenhuma experiência no ramo da mineração, foi montado nos gabinetes do governo e, não por coincidência, teve como seu principal dirigente o empresário Benjamin Steinbruch, do grupo têxtil Vicunha – à época, amigo dileto e empregador do filho do presidente da República, o senhor Paulo Henrique Cardoso.

O principal arquiteto do consórcio que terminou abocanhando a maior mineradora do mundo por ridículos R$ 3,3 bilhões foi Ricardo Sérgio de Oliveira, conhecido caixa das campanhas de José Serra e Fernando Henrique Cardoso, que manipulou os fundos de pensão como a PREVI para viabilizar o Consórcio e assegurar o controle da Vale para o grupo escolhido pelo governo.
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http://www.vermelho.org.br/museu/principios/anteriores.asp?edicao=66&cod_not=74

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