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domingo, maio 15, 2011

Cultura urgente

Membros do CONPRESP se mostraram indecisos sobre o tombamento no debate no IAB sexta (mesmo terreiros e até a capoeira já tendo sido tombados e ter até Carta da UNESCO sobre patrimônio imaterial). Tanto o prefeito quanto o Secretário Calil parece que só veem essa solução. O valor dos imóveis no centro subiu 60% em 3 anos. O proprietário tem 23 anos e interesses outros.

Os órgãos representativos estão tão longe da população
(exausta, atarefada, sem fóruns públicos... mesmo com 30 mil assinaturas, o cinema foi fechado e está pichado - http://besidecolors.com/?p=4056)

que muitas vezes usamos o que temos à mão para garantir direitos - foi o caso do direito homoafetivo, quando juízes gaúchos defenderam o direito de pessoas que viveram uma vida toda juntas - e corriam o perigo de não serem vistos como um casal para fins de herança- usando, por exemplo, a ideia de que homem e mulher são iguais perante a lei.

Historicamente, se sabe que o direito na sociedade escravocrata foi criado em defesa das propriedades, direito "patromonialista", principalmente em SP - pelo menos é o que os advogados gaúchos comentam. Como diz a desembargadora Maria Berenice "a ausência de lei não significa ausência de direito".

No debate alguém lembrou que com a Copa e a Olimpíada a terra do Brasil ficará muito cara para a cultura.

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A AIB representa os interesses do mercado imobiliário - entre seus associados estão algumas das maiores incorporadoras do País, como Agra, Cyrella e Coelho da Fonseca. Nas eleições de 2008, a entidade desembolsou R$ 6,1 milhões para financiar as campanhas de candidatos a prefeito e vereador em São Paulo. Os comitês eleitorais de PSDB, PT, PV e PSC também receberam repasses.

http://www.estadao.com.br/noticia_imp.php?req=nacional,aib-e-multada-em-r-30-milhoes-por-doacoes-ilegais,645319,0.htm?p=2

Pelo menos seis integrantes da Comissão de Política Urbana da Câmara Municipal da capital, onde está sendo analisada a revisão do Plano Diretor, receberam doações de campanha de empresas ou entidades ligadas ao setor imobiliário. Foi doado diretamente a esses vereadores pelo menos R$ 1,1 milhão.

O líder do governo na Câmara, José Police Neto (PSDB), foi quem mais recebeu recursos: R$ 545,4 mil. O segundo vice-presidente da Casa, Paulo Frange (PTB), aparece em segundo, com R$ 295 mil; e o presidente da comissão, Carlos Apolinário (DEM), aparece em terceiro: recebeu R$ 200 mil. A Toninho Paiva (PR) foram doados R$ 50 mil.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090622/not_imp390976,0.php
Destinado à execução de serviços e obras de conservação, restauração, reparos, aquisição e manutenção de bens tombados, o Fundo de Proteção do Patrimônio Cultural e Ambiental Paulistano (Funcap) ficou zerado em 2010.

A principal receita do Funcap provém das multas aos proprietários que descumprem as normas de proteção ao patrimônio histórico, cultural e ambiental estabelecidas na legislação vigente.

No entanto, também constituem a receita do fundo, cuja gestão é de responsabilidade do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp), "dotação orçamentária; doações; legados; rendimentos provenientes da aplicação de seus recursos".

- Não faltam edificações a serem preservadas. Estátuas, fontes, várias praças. Fica difícil saber qual a prioridade da administração. É triste quando o próprio poder público não incentiva a manutenção de seu patrimônio. Lamentamos muito.

É um descaso. A questão cultural, a preservação da memória da cidade, certamente não está na lista das prioridades da prefeitura. Não preservar a memória da população, suas caraterísticas culturais é uma pena. Inclusive, denota falta de cultura dos próprios gestores - critica a arquiteta e urbanista Lucila Lacreta, diretora do Movimento Defenda São Paulo.
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