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quarta-feira, janeiro 11, 2012

Interessante.
Há um tempo atrás, ouvi do presidente da ONG Valentes de Davi algo como: ele chegava com dez dependentes por mês e o órgão da Prefeitura dizia que só podia internar 2. Sendo em média 700 o números de pessoas na dita Cracolândia...
Agora o governo anuncia uma operação no local: logo depois que os desmandos da Nova Luz (a velha corrupção estrutural) foram definitivamente aprovados liberando espaço para empreendimentos privados (sem estudar-se as sugestões dos moradores).
Ou seja, agora que o mercado imobiliário ganhou o processo, não precisamos mais de viciados para degradar a área e "tornar urgente" a "revitalização", como disse a urbanista Raquel Rolnik em evento no ano passado na CDL da Santa Ifigênia.
Vide:
http://amsi.org.br/site/a-batalha-pelo-centro
http://raquelrolnik.wordpress.com/2011/12/07/nova-luz-reflexoes-e-alternativas-ao-projeto-da-prefeitura/

- atualizando...

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Fórum dos Leitores

19 de janeiro de 2012 | 3h 08
O Estado de S.Paulo


*
DEGRADAÇÃO URBANÍSTICA PLANEJADA

É muito suspeito o tal do adiantamento da operação policial contra os dependentes do crack, já que a data é a mesma em que a prefeitura espera licitar a concessão urbanística da Nova Luz para os agentes imobiliários lucrar com terrenos por valores irrisórios. Se haverá qualquer atendimento em março aos dependentes na amplitude necessária, veremos na data.

De fato, tal ação médica, assistencial e policial deveria ter sido feita desde que começou o problema de drogas no centro há uns 20 anos - e de forma continuada. Da mesma forma que existe a obsolescência planejada da vida útil de algumas linhas de produtos, nasce em São Paulo a nefasta Degradação Urbanística Planejada praticada pelos políticos em prol da especulação imobiliária e em detrimento aos direitos à propriedade e ao trabalho.

A dispersão dos dependentes de crack para a porta das casas e dos negócios nos bairros próximos significa a próxima etapa da degradação urbanística planejada que se desenvolve em São Paulo, através da omissão das administrações? Logo teremos novas concessões urbanísticas justificadas em sanar novas cracolândias – a exemplo do projeto Nova Luz? Logo teremos novas concessões urbanísticas para desapropriar outros bairros para os agentes imobiliários continuar a maximizar seus lucros?

O paulistano de outros bairros que equivocadamente festeja o projeto Nova Luz também terá, logo, logo, sua casa e seu trabalho desapropriados; e, aí, entenderá, talvez tarde demais, a necessidade de barrar as ações de Kassab e de Police Neto já. Paulistano, temos que clamar em uníssono os malfeitos deste executivo e deste Legislativo paulistanos que só agem em favor do mercado imobiliário, em detrimento dos direitos de toda a população da cidade.

Suely Mandelbaum, urbanista suely.m@terra.com.br
São Paulo

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